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((((* "O QUE VEM SEMPRE ESTEVE AQUI, A PAZ ESTA DENTRO DE TI E SO VOCE PODE TOCALA, SER A PAZ SHANTINILAYA, NADA EXTERNO LHE MOSTRARA O QUE TU ES. NADA MORRE POR QUE NADA NASCEU, NADA SE DESLOCA PORQUE NADA PODE SE DESLOCAR VOCE SEMPRE ESTEVE NO CENTRO, NUNCA SE MOVEU , O SILÊNCIO DO MENTAL PERMITE QUE VOCÊ OUÇA TODAS AS RESPOSTAS" *)))): "ESSÊNCIAIS" "COLETÃNEAS " "HIERARQUIA" "PROTOCÓLOS" "VÍDEOS" "SUPER UNIVERSOS" "A ORIGEM" "SÉRIES" .

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A VOLTA DE AMI O MENINO DAS ESTRELAS LIVRO 2 & 3- CAPITULO 1, 2 & 3

A volta de Emi livro 2 & 3- capitulo 1, 2 & 3

Esta parte do livro foi enviada generosamente pelo irmao semente estelar Marcelo Anzolin
COM AMOR SEM FIM RICARDO MÚ.

A Volta de Ami








"Graças te dou a ti, Pai,
Senhor do céu e da terra,
porque escondeste estas coisas
aos sábios e entendidos,
e as revelaste aos pequeninos."
(Mateus 11,25)






"Existe um antigo mistério no Universo:
Por que existe a vida?
Para que a Criação?
Os intelectos se afanam, procuram
e não encontram,
inventam teorias,
mas o antigo mistério
somente ao amor se revela
à consciência iluminada pelo amor.
Privilégio dos simples e ingênuos,
como crianças."

Recordando Ami

Meu nome é Pedrinho X. O xis significa mistério. Não posso revelar meu sobrenome, logo vocês vão saber por quê...

Sou um menino ainda. Apesar disso, já escrevi um livro que ficou muito famoso e cujo título é "Ami, o Menino das Estrelas". Na verdade, eu o ditei para o meu primo que gosta muito de literatura. Ele é bancário, chama-se Victor e, nos dias de folga, vinha até minha casa com sua máquina portátil a fim de que o escrevêssemos.

Na opinião de Victor, a minha história é muito fantástica. Diz que só aceitou escrevê-la para ir "treinando", porque está pensando em editar um "livro de verdade", algo sério, relacionado com "a tortura da frustação mental"... Uma bobagem dessas bem chatas.
Por causa do êxito de "Ami", um livro que fala de estrelas, "ovnis" e amor, Victor quer ambientar sua novela no espaço. Está sempre querendo saber como é que eu imagino os outros mundos e os extraterrestres. Respondo contando o que vi, eu imagino. Ele pensa que a minha história não é real, que inventei tudo. Diz que tenho muita facilidade para imaginar coisas, mas eu afirmo com toda a convicção: não há nada de fantástico no livro que eu escrevi.
Ami existe: é um amigo meu, um visitante de outro mundo. Apareceu numa praia solitátia, ao anoitecer, quando o verão já estava terminando. Podia adivinhar meus pensamentos, planar como uma gaivota e também hipnotizar os adultos. Não parecia ter mais que uns oito anos; já dirigia um "ovni" e sabia construir aparelhos muito mais complicados que uma televisão. Dizia ser uma espécie de mensageiro ou professor. Talvez ele fosse um adulto, mas com a aparência e o coração de uma criança.
Levou-me, em apenas poucos minutos, para conhecer vários países da Terra. Depois fomos até a Lua. Não gostei: árida demais. Parecia um queijo seco visto com uma lupa e, apesar de haver o sol, o céu permanecia sempre escuro. Ami alegrava-se com tudo, nada o desagradava, exceto comer carne. Sentia pena dos animaizinhos.

Depois, ele me levou até um mundo maravilhoso que se chamava Ofir, ou melhor, chama-se Ofir, porque existe, é real. Está perto de uma estrela vermelha, um sol quatrocentas vezes maior do que o nosso.
Ali não se conhece dinheiro. Todo mundo pega o que precisa e contribui na medida de sua consciência e boa vontade. Como não existem pessoas desonestas, não há polícia, cadeados, correntes, muros, cercas, grades ou fechaduras. Não estão dividido por países, Ofir é uma só nação e, como todos são irmãos, não existem exércitos nem guerras. Também não estão divididos por religiões, consideram que Deus é amor. Isso é tudo. Vivem procurando fazer o bem e tentam superar-se a cada dia. Divertem-se, também, de uma forma sadia e, ali, tudo é livre, nada é obrigatório.

Ami disse que, na Terra, poderíamos viver assim. Para isso seria necessário que todos tomassem conhecimento do que ele veio revelar: que o amor é a Lei Fundamental do universo. Se todos tivessem essa certeza nos seus corações, o resto se realizaria mais facilmente. Disse também que, se assim não procedermos, nos autodestruiremos, porque a fórmula ideal para que um mundo se destrua é a soma de dois elementos: um alto nível científico e pouco amor.
Para Ami, os mundo civilizados são os que obedecem aos três requisitos básicos:
1) O amor é a Lei Fundamental do universo.
2) As fronteiras e as barreiras devem ser abolidas para que uma só nação sobreviva.
3) O amor deve ser o fundamento de toda organização mundial.

Ami utilizou o exemplo de uma família para explicar-me este último ponto. As famílias compartilham tudo com carinho, porque o amor as une. Disse que todos os mundos civilizados vivem dessa forma.

Também me ensinou que existe uma Lei Universal que impede as pessoas dos mundos superiores de interferirem em massa, na evolução dos mundos incivilizados. Podem apenas sugerir sutilmente e de acordo com um misterioso "plano de ajuda".
Ele me pediu que escrevesse um livro, relatando tudo o que vivi e conheci junto dele. Disse que o escrevesse como se fosse ficção e não realidade. A propósito, repito agora: nunca conheci nenhum extraterrestre, nunca viajei até um mundo superior. Toda esta história também é um produto da minha imaginação...
Se as pessoas acham que o que Ami disse é uma realidade, só porque coincide com as mensagens telepáticas que elas recebem, é mera casualidade.
Assinado: Pedrinho X


O último lugar que visitamos foi um mundo cor-de-rosa. Era eu mesmo que estava ali, mas já adulto, muito mais evoluído. Havia uma jovem que me esperava, fazia muito tempo. Seu rosto era azul-celeste bem claro e tinha traços de japonesa. Senti que nos amávamos. De repente... tudo desapareceu. Ami disse que isso aconteceria num futuro distante, depois de muitas vidas. Só compreendi este assunto complicado depois de muito tempo...

Vivo sozinho com minha avó. Sempre passamos as férias de verão na praia. No ano passado, não pudemos ir por falta de dinheiro. Eu fiquei muito triste, porque Ami disse que voltaria se eu escrevesse o livro e tive que faltar a este encontro.

Quis contar minha aventura para todo mundo. Mas Ami e Victor aconselharam-me a não fazer isso. Eles disseram que as pessoas podiam pensar que eu estava louco. Não obedeci. Assim que começaram as aulas, comecei a contar minha maravilhosa história para um colega que era meu amigo. Ainda nem tinha chegado na parte da viagem no "ovni" e ele começou a rir. Tive que dizer que era uma brincadeira, que eu estava "gozando a cara dele" para que pudesse parecer de novo um menino normal.

Por este motivo, não posso revelar a minha verdadeira identidade.

Capítulo 1
A Dúvida

Enquanto ajudava meu primo em seu livro, ele quis escrever uma bobagem sobre uma grande civilização de pulgas inteligentes que vinham de uma longínqua galáxia e que dominavam telepaticamente todos os habitantes desse mundo, para depois obriga-los a trabalharem, extraindo urânio para elas... Tive a coragem de dizer a ele que aquilo era vulgar e absurdo. Então, ele se aborreceu. Perguntou-me se, por acaso, eu nunca tinha pensado na possibilidade de que minha aventura com Ami tivesse sido apenas um sonho. No começo, não lhe dei atenção, mas ele insistiu e pediu-me uma prova. Contei sobre as "nozes extraterrestres" que a vovó tinha comido. Fomos perguntar-lhe.

-Vovó, Victor é um bobo, pensa que eu sonhei com Ami. Fala pra ele... não é verdade que você comeu umas "nozes extraterrestres"?
-Nozes o quê, filhinho?
-Extraterrestres, vovó.
-Quando, Pedrinho? -perguntou com a boca aberta, mostrando surpresa.
Victor sorria triunfante, zombando de mim.
-No último verão fomos à praia, lembra? Conte para Victor.
-Vocês sabem que minha memória anda fraca, filhinhos. Nesta manhã mesmo, esqueci a carteira no armazém. Só percebi que não estava com ela quando o leiteiro veio cobrar. Procurei pela casa toda e...
-Mas... você se lembra das "nozes extraterrestres" que experimentou, não foi? Você disse que tinha gostado muito...
-Então, pedi ao leiteiro que me acompanhasse de novo até o açougue... não, acho que foi o armazém. aí, sim!... Ainda bem que "Seu" Saturnino é tão honesto e guardou-a para mim.

Fiz mil tentativas. A vovó simplesmente não se lembrava de nada... nada!
-Está vendo? -disse Victor, com cara de satisfação-. Você não tem provas. Aceite que tudo foi um sonho. Lindo, devo reconhecer, de outra maneira não o teria escrito, mas pura imaginação.
Procurei uma prova. Lamentavelmente, além das "nozes", Ami não tinha deixado nenhuma lembrança material, nada palpável.
Continuei pensando até que minha mente se iluminou e eu lembrei de algo mais.
-Já sei!
-Já sabe o quê?
-Quando Ami foi embora, todas as pessoas do balneário viram o "ovni"!
Com isso eu o derrotava... Assim mesmo, ele não se impressionou.
-Já sei que houve um "avistamento" naquele dia, mas eu tenho certeza de que foi nesse momento que você inventou a história, não é verdade?
-Não inventei nada. Houve testemunhas...
-Testemunhas de mais um dos vinte mil casos de luzes no céu. Ninguém sabe exatamente o que são: plasma, refrações atmosféricas, satélites, aviões. Enfim, luzes no céu. Daí a se dizer que são naves extraterrestres... existe muita imaginação entre uma coisa e outra. Agora, inventar que você se comunicou com um ser de outro planeta... vamos! E... ainda por cima, dizer que viajou até outro mundo...isso é ir longe demais! Você pode chegar a ser um ótimo escritor de ficção científica, mas não confunda imaginação com realidade. Existem manicômios...
-Mas é verdade. É verdade!
-Provas! -exigiu meu primo-. Pode ser que você tenha sonhado com tudo isso e confundido sonho com realidade...

Ele não quis reconhecer. Disse que estava cansado, que outro dia continuaríamos a conversa mas, nessa noite, duvidei; pensei que tudo não tivesse passado de um sonho. Parecia-me impossível, mas que provas eu tinha, afinal de contas?

Nessa noite, fiquei angustiado e procurei no livro "Ami" alguma coisa que me servisse de pista.
Li o livro. Acho que foi a primeira vez que o fiz com tanta atenção, do princípio ao fim. Foi somente, no final, que encontrei o que seria uma prova irrefutável: o coração alado gravado na pedra. Claro! Era isso!
Ami usava uma roupa branca. No centro do peito, havia um símbolo: um coração dourado, com asas, rodeado por um círculo. Mais tarde, explicou-me que significava a humanidade unida em amor. Depois de sua partida, esse desenho ficou gravado no alto da pedra onde eu conheci o menino espacial. Pude vê-lo muitas vezes ainda... ou também fazia parte de um sonho?
Senti-me inseguro, porque me lembrei de uma tia que afirmava ter sonhos muito demorados, cheios de pequenos detalhes, inclusive com "enredo". Dizia que eles continuavam na noite seguinte, partindo exatamente do ponto onde tinham ficado antes de acordar, como nos capítulos de uma novela.
Meu encontro com Ami seria algo assim?
Achei que a única coisa capaz de me dar uma prova definitiva era o coração gravado na pedra. Se estivesse ali, Ami e o resto também seriam uma realidade. Se não existisse, tudo tiria sido um maravilhoso sonho.
Quando vi meu primo novamente, a primeira coisa que eu disse foi:
-Existe uma prova.
-De quê?
-De que meu encontro com Ami foi real.
-Qual é? -perguntou sem prestar muita atenção.
-O coração gravado na pedra da praia.
-Histórias! Esqueça tudo isso. Vamos continuar escrevendo o meu livro. Estive pensando que, em vez de pulgas inteligentes, seria melhor uma raça de escorpiões telepá...
-Mas antes, vamos para a praia. Você acabou de comprar um carro e...
-O quê?! Você está louco? A praia fica a mais de cem quilômetros daqui e eu sou um homem muito ocupado. Não me interessam as fantasias de um menino sonhador.
-Mas elas lhe interessam quando quer escrever, não é?! ...
-Isso é bem diferente! Não gosto de atrevimentos! Escrevo para praticar, mas não confundo as coisas. É ficção, imaginação.
-É realidade! -protestei com desagrado.
Dirigiu-me um olhar de reprovação e, depois, disse:
-Estou começando a preocupar-me seriamente com sua saúde mental, Pedrinho.
Seu tom paternal me fez vacilar. Realmente, senti medo de estar louco. Por isso, quis tirar a dúvida, de uma vez por todas.
-Então, vamos fazer uma coisa, Victor. Vamos até a praia e, se o coração não existe, compreenderei que tudo foi um sonho e não voltarei a confundir as coisas. Mas, se ele estiver lá...
-De novo com essa história!... Está bem. No próximo verão iremos.
-No próximo verão? Mas ainda faltam seis meses!
-Paciência. No verão, vamos comprovar que você está confundindo as coisas. Continuemos com meu livro. Veja: alguns escorpiões telepáticos...
Senti-me diante de um sério obstáculo. Reagi com violência.
-Então, eu vou sozinho! Vou fugir, desapareço de casa. De qualquer geito, chego à praia. Além disso, não me interessam seus escorpiões telepáticos. Tudo isso é ridículo. Não vou ajuda-lo nunca mais!
-Acho melhor eu ir embora -disse Victor, compreendendo a minha raiva-. A manhã já passou.
Saiu de casa desejando-me "uma boa noite".
-Não volte nunca mais! -gritei. Depois me tranquei no quarto. Deitado na cama, estive a ponto de chorar... bem... chorei. Mas só um pouquinho, "porque os homens não devem chorar"...
Nessa noite, decidi fazer algo mais que lamentar e sentir pena de mim mesmo. Na escuridão, fechei os olhos. Durante mais de uma hora, imaginei que estava na praia.
No dia seguinte, à tarde, Victor apareceu assoviando.
-Vamos trabalhar, companheiro! -disse ele, como se nada tivesse acontecido. Eu estava frio e distante.
-Sinto muito, mas tenho um monte de tarefas para fazer -fingi que estudava num livro de geografia.
-Mas é só uma horinha... estive pensando numa luta entre duas raças de extraterrestres: os escorpiões telepáticos contra esses "bonzinhos" que você imaginou, os de Ofir...
Aquilo fez meu sangue ferver, mas disfarcei.
-Impossível. Desculpe-me. Até logo.
-Hummmmm. Tenho a leve impressão de que você ainda está zangado pelo que aconteceu ontem.
-"As estepes são grandes extensões de terra plana, sem cultivar..." Desculpe, onde existem estepes?
-Não sei. Hummm. Está bem. Estive pensando que seria ótimo para mim um descanso na praia...
-Ah é? -A esperança me fez levantar a vista pela primeira vez.
-Poderíamos ir na sexta-feira, à tarde. Levamos a barraca e tudo o mais. Assim, poderemos comprovar que não existe nenhum coração nessa pedra. Mas, se você está tão zangado comigo...

-Zangado com você? Claro que não! -exclamei feliz-. Mas, o que aconteceu para que você mudasse de idéia?
-Mudar de idéia? Não. Só que ontem à noite, durante uma hora, não consegui dormir pensando em leva-lo para a praia. Somente quando me decidi, foi que pude dormir. Acho que estou precisando de descanso. Além disso, não quero que você se zangue e meu livro... digo, seus livros, fiquem sem minha ajuda...

Bom, não sei o que acontece. O fato é que, na sexta-feira à tarde, arrumamos a bagagem, entramos no carro de Victor e, em duas horas, estávamos na praia.

Respirei o ar marinho como se fosse um bálsamo de vida. Tudo me trazia lembranças de minha viagem espacial e de Ami.
Ao sair do carro, olhei para o lado das pedras. Quase me pareceu ver ali o "ovni" do menino das estrelas, suspenso no ar, sobre a praia...

Capítulo 2
Nas Pedras

Antes de ir até a pedra, Victor quis armar a barraca, porque já era tarde. Eu o convenci de que deveríamos ir naquele momento.
-Bem -disse ele- já que estamos aqui e apesar de estar escurecendo...
-Há uma claridade maravilhosa. Vamos.

Deixamos o carro no caminho que leva até as pedras e caminhamos em direção ao mar.
Anoiteceu. As nuvens deixaram aparecer uma lua imensa que iluminava o lugar. Lembrei-me da lua cheia "daquela noite", com os mesmos reflexos nas águas, o balneário salpicado de pontos luninosos do outro lado da baía, as pedras. Tudo estava do mesmo jeito.

A emoção acelerou o meu coração e as minhas pernas. Meu primo vinha atrás, caminhando com grande dificuldade.
-Está escuro demais, escorregadio...
-É uma questão de caminhar com segurança, homem!
-Que bobagem! Seria melhor voltar amanhã, durante o dia.
-Isso seria uma loucura! Já estamos chegando.
Escutei um barulho atrás de mim. Meu primo estava com problemas.
-Pedrooo!
-Que foi?
-Caí na água. Venha, ajude-me!
-Ande nas pedras, não na água -disse eu, oproximando-me para ajudá-lo.
-Não consigo ver a diferença. Está tudo preto por aqui. Dê-me a mão.
-Se você teima em não querer ver, tudo estará sempre escuro para você...
-Veja como estou. A perna molhada, o sapato... isso é uma loucura. Não vou continuar. Amanhã a gente volta.

Pareceu-me absurdo ter que esperar até o dia seguinte, estando apenas a alguns metros da pedra.
-Já estamos chegando. São alguns passos a mais.
-Pode ser, mas está escorregadio, perigoso. As pedras estão cobertas de musgo úmido. A maré está subindo. É muito fácil quebrar a coluna. Voltemos para a praia. Armamos a barraca e dormimos. Amanhã a gente volta.
-Cuidado, Victor, a onda! Pule para essa pedra mais alta!
-Que onda? Que pe...? Glub!
Desta vez ele se molhou até o pescoço.

Meu primo era um velho, apesar de não ter mais de trinta anos.
Armamos a barraca na areia. Victor trocou de roupa, enquanto eu preparava, resmungando, uma estúpida fogueira.

-Isto de se meter com crianças... -Ele protestava.
-Isto de se meter com velhos... -Eu protestava.
-Bem -disse eu, impaciente- você já está seco. Agora você se deita enquanto eu vou e volto...
Eu via a situação com muita naturalidade. E era assim. Mas os adultos têm a estranha virtude de complicar tudo, de fazer com que as coisas mais símples sejam difíceis e complicadas.
-Isso nunca! Você fica aqui comigo. Nessas pedras escuras, pode acontecer qualquer coisa com você. Estou com sono. Vamos. Deite-se.
-Mas...
-Deite-se!
Decidi que era melhor obedecer e me deitar. Mas assim que ele dormisse...
-Está bem. Vamos dormir. É muito divertido dormir...

Esperei na escuridão como serpente pronta para o bote. Infinitas horas mais tarde, sua respiração me indicou que adormecera.
Comecei a deslizar para fora do saco de dormir, o mais silenciosamente possível. Consegui sair. Quando estava para colocar a cabeça para fora, uma mão segurou-me pela gola da camisa.

-Onde você pensa que vai? -perguntou Victor.
-É que... lá fora, no banheiro. Você entende...

A desculpa perfeita! Veio por inspiração. Não se pode impedir ninguém de ir ao banheiro.
-Está bem, mas volte imediatamente.
-Não se preocupe. Já volto. -Isso era o que ele pensava...

Assim que me pus do lado de fora da barraca, corri feito um raio até a "minha" pedra. Uma estranha força parecia apoderar-se de mim. Eu corria dando saltos, de pedra em pedra como uma lebre. Em poucos segundos, cheguei no meu destino final. Parei com emoção e acariciei a pedra. Quanto tempo havia demorado para chegar até lá! Agora era só escalar e ver o coração alado... e se não estivesse lá?
Tudo escureceu quando pensei nisso. Perdi a estranha força.
Comecei a subir com dificuldade, cheio de dúvidas e temores como um adulto. Escorreguei aqui e ali mas, até que enfim, cheguei no alto.

Caminhei com emoção pela superfície plana. Devido à distância e à escuridão, não podia ver bem o local onde deveria estar o desenho.
Aproximei-me lentamente, como que saboreando o momento, numa mistura de angústia e alegria.
Cheguei no lugar. Procurei o símbolo por todas as partes, mas não estava. Não estava! Não existia!

-Nunca existiu -disse eu, desconsolado-. Foi tudo imaginação, um sonho...

-Mas eu não sou um sonho -disse uma voz nas minhas costas.

Girei muito lentamente, temendo que tudo não passasse de uma ilusão. Olhei e vi a branca figura de meu pequeno e querido amigo. Ali estava, sorrindo como sempre.

-Ami!

Capítulo 3
O encontro

Ao abraçá-lo, não pude conter as lágrimas. Tudo tinha sido realidade, tudo!

-Você está mais alto, Pedrimho.
-Você é que está mais baixinho. Encolheu!... -Rimos como tantas vezes tínhamos feito antes.

De repente, lembrei-me de que Victor estava me esperando na barraca.
-Antes era sua avó, agora é seu primo. Você não pode viver sem se pré-ocupar? -Ami sempre adivinhava meus pensamentos.
-Tem razão, mas é que...
-É que, nada. Coloquei-o para dormir profundamente na barraca. A noite é nossa.
-De verdade?
-Claro. Você quer ver pela tela? -perguntou Ami, pegando aquele aparelho que usava no cinto- uma pequena televisão.
-Não é necessário, acredito em você.
-Veja só! Isso já é um avanço!
-O quê?
-Que você já seja capaz de acreditar em algo.
-Não o entendo, Ami.
-O motivo de sua viagem não foi a dúvida?
Pensei um pouco, antes de responder. Ami tinha razão: tinha colocado em dúvida a sua existência. Isso fez com que eu quisesse comprovar...
-É verdade, mas valeu a pena. Agora, tenho a certeza de que você existe.
-E quando eu for embora? Não vai pensar que tudo foi um sonho?
-De jeito nenhum. Você é real. -Toquei no ombro dele.
-E antes? Não era real também? Apesar disso, você duvidou...
-De novo tem razão. Por que a gente duvida, às vezes, Ami?
-Porque a mente funciona em vários níveis, desconectados uns dos outros. Em algumas ocasiões, um homem pode ser violento e cruel; noutra, carinhoso e pacífico. Se você está num nível alto, pode chegar a viver coisas maravilhosas, como encontrar-se comigo, compreender grandes verdades ou tansformar seus desejos em realidade... Se você está num nível baixo, não pode ligar-se aos níveis superiores. Embora os tenha conhecido antes, você vai duvidar.

-Não voltará a acontecer, Ami. Mas... por que você não veio no verão passado? Já tinha escrito o livro e...
-Você pensou que eu viria imediatamente? -riu-. Não lhe dei uma data exata. Você tem que começar a desenvolver a paciência, a ciência de manter a paz interior. Quem é impaciente não está em harmonia com o universo. Tudo tem sua hora, seu tempo. Com suas dúvidas, você viola uma série de requisitos necessários para estabelecer um contato, mas você é um caso especial... apesar de, às vezes, duvidar da minha experiência.

-Sinto muito, Ami. Repito: isso não vai acontecer novamente.
Ami respirou o ar noturno e olhou as luzes do balneário situado do outro lado da baía.
-Mas tudo está perfeitamente bem no universo. Venha. Vamos dar uma volta pela galáxia.
-Fantástico! Onde está sua nave? Debaixo d'agua?
-Não. Aqui em cima -apontou para o céu. Olhei, mas só vi estrelas.
-Não vejo nada...
-Está invisível. Vamos. Quero apresentá-lo a uma pessoa.
-Você não está sozinho dessa vez?
-Não -respondeu, pegando um dos aparelhos do seu cinto.

No começo não gostei da idéia de partilhar a viagem com uma pessoa desconhecida. Sentia-me mais à vontade a sós com ele.
-Como vamos subir na sua nave?

Naquele momento, uma luz amarela muito forte nos iluminou e senti que me levantavam no ar. Desta vez, não me assustei muito. Já tinha experimentado isso antes.
O "ovni" pairava sobre nós, com uma abertura luminosa por baixo. Em segundos, estávamos de pé dentro da nave, na pequena salinha de recepção que eu já conhecia.
Não pude evitar a emoção.

-Ei, que aconteceu? -perguntou rindo-. Você parece uma velha chorona!
-Não sei. É que estar aqui de novo (snif), é algo tão irreal! Mas, não é fantasia, é realidade! Obrigado (snif), Ami.
-Deixe de bobagens. Se não fosse pelas suas dúvidas, isso seria perfeitamente normal, como sempre foi. Vamos. Alguém nos espera na sala de comandos. Venha por aqui.

Segui-o sem muito entusiasmo. Imaginei que um senhor de cara verde nos esperava. Em Ofir, havia visto todo tipo de estranhos seres.
Quando entramos, vi uma criança estranha, com uma aparência mais ou menos humana. Uma menina magra, de pele clara, olhos de cor violeta e cabelos cor-de-rosa compridos, enfeitados com uma rídicula borboleta feita de pano amarelo. Usava uma blusa azul muito folgada. Olhou-me fixa e seriamente, como se eu fosse um bicho raro. Pareceu-me antipática e definitivamente feia.
Ami conversou com ela em um idioma estranho, mas mencionou meu nome.
-Quero apresentá-lo a Vinka -disse-me depois-. Vamos, cumprimentem-se -animava-nos sorrindo, falando nos dois idiomas.
Olhamo-nos sem grande alegria e sem amabilidade. Ela me deu uma mão comprida e magra. Senti uma espécie de repulsa que quase me impediu de tocá-la. Somente por boa educação e só depois de contar-lhe os dedos disfaçadamente (eram cinco), apertei-a. Tinha um calor e uma suavidade agradáveis...

Disse muito prazer e me aproximei para lhe dar um beijo no rosto, como é costume entre meninos e meninas de minha cidade. Ela cochichou alguma coisa indecifrável e retirou o rosto, surpresa.
Ami dava muita risada! Explicou-lhe em seu idioma, que, para mim, era normal cumprimentar assim.
-No mundo dela isso não se faz... é uma questão de costumes -disse-me rindo.
Lembrei-me de que em Ofir o beijo era muito comum, por isso deduzi:
-Então, o planeta dela não é civilizado.
-Isso mesmo. Ela é proveniente de um mundo tão incivilizado como a Terra. Bom, é melhor que possam conversar entre vocês. Tome. Coloque isso no seu ouvido. É um tradutor. -Ami tinha em sua mão um pequeno objeto parecido a um fone de ouvido, mas sem fio. também entregou um para a criatura de olhos violeta.
-Agora -disse Ami, falando em outro idioma, mas pelo fone eu escutava a tradução-, conversem entre vocês.
-Alô -disse a humanóide.
Apesar de seus lábios emitirem sons estranhos, eu podia compreender, atravéz do fone.
-Alô -respondi.

-Como se chama seu planeta? -perguntou-me.
-Terra. E o seu?
-Kia -respondeu.

Depois de conversar com ela, sua presença tornou-se mais agradável.

-Quantos anos você tem, Vinka? -perguntei.
-Duzentos e quarenta e cinco anos -respondeu. Fiquei perplexo: ela não parecia ser tão terrivelmente velha...
-Esperem, esperem -intercedeu Ami, divertindo-se com o diálogo-. Enquanto o planeta Kia dá mais de vinte voltas ao redor de seu sol, a Terra dá só uma. Os dois têm mais ou menos a mesma idade.
Observei Vinka muito atentamente. Tinha orelhas pontiagudas muito bonitas que combinavam bem com os seus cabelos, fininhos como os dos pintinhos recém-nascidos.

-Então, em seu mundo, não se pode beijar no rosto...
-Somente os namorados, noivos ou casados se beijam -explicou-. Vocês parecem ser muito modernos, na Terra.
-Não tanto quanto em Ofir.
-O que é Ofir?
-Um mundo civilizado. Ei, Ami, você não levou Vinka para passear pelo universo?
-Sim, mas não a Ofir. Preparem-se. Agora veremos um espetáculo muito interessante: a dança da galáxia.
Pedimos que nos explicasse melhor.
-Bem, vocês sabem que as estrelas se movem...
Quis impressionar Vinka com meus conhecimentos de astronomia:
-Os planetas se movem, mas as estrelas estão fixas -disse eu. Ami riu e explicou:
-Parecem estar fixas; no entanto, movem-se em grande velocidade ao redor da galáxia. Agora, vamos observar como se estivéssemos fora da dimensão espaço-tempo que conhecemos. Dali veremos a Via-láctea. Será como assistir a um filme em câmera rápida. Vocês compreendem?
Nós dois dissemos que sim, apesar de não demonstrarmos muita certeza.
-Cada estrela emite uma vibração ao mover-se. Nós a escutamos em forma de som. Ao mesmo tempo, captaremos o som de cada objeto celeste da galáxia. Vamos.
Convidou-nos a sentar, enquanto se dirijia aos controles.
Na tela central, apareceu o balneário. Vi a barraca e o carro de Victor. Sobre a pedra, destacava-se, com muita nitidez, o coração alado...
-Ali está o símbolo! Quando eu o procurei não consegui encontrá-lo...
-Foi uma brincadeira, Pedrinho. Sempre esteve ali, mas eu o hipnotizei para que você não o visse.
-Mas, como foi que você me hipnotizou? Não escutei nenhuma ordem sua.
-Foi uma ordem telepática.
-Hipnose à distância! -exclamou Vinka, admirada.
-Isso deve ser fabuloso -disse eu, pensando em todas as possibilidades que poderia ter, se pudesse fazer algo semelhante: por exemplo, ordenar a um vendedor de brinquedos que me desse de presente tudo o que eu quisesse; convencer o meu professor de que minha prova estava perfeita, mesmo que tivesse uma folha em branco, na frente de seu nariz. Poderia...
-Quem fosse capaz de tal poder -disse Ami- poderia cometer todo tipo de enganos. Por isso, essas altas capacidades estão fora do alcance de quem as utilize para o mal. A Lei Universal rege esses assuntos.
Sentia-me com autorização para obter esse poder.
-Conheço essa Lei. É o amor...
-E você pensa que é suficiente conhecê-la?
-De que mais eu preciso, Ami?
-Praticá-la.
-Você tem razão. Por isso sempre a pratico. -Acreditava sinceramente no que dizia, mas as palavras de Ami foram como um balde de água fria:
-Você acha que deixar alguém na ruína só para satisfazer seus caprichos é amor? Considera que obrigar uma pessoa a agir contra a sua vontade é amor? Pensa que enganar e trapacear é amor?
Ami captava alguns pensamentos meus que passaram tão rapidamente que nem eu mesmo os tinha percebido. As suas duras palavras fizeram-me cair, desabando sobre o encosto da poltrona. Foi como se me tivesse partido em dois. Senti vergonha. Não consegui falar. Estava completamente sem energia. E, além de tudo, Vinka tinha sido testemunha de minha desonestidade mental e da reprovação de Ami.

Com um tom carinhoso, Ami procurou consolar-me.
-Não se preocupe, Pedrinho. Coloquei-a em um estado de transe. Não escutou nada.

Isso me tranqüilizou um pouco, mas ainda não era capaz de mover-me ou de falar. Sempre pensei que tivesse sido um menino exemplar. Acabara de comprovar que, na minha imaginação, podia tramar coisas não muito honestas. Ami conseguiu fazer com que eu percebesse isso e minha opinião sobre mim mesmo ficou muito abalada: eu era bastante desonesto.
Pouco a pouco, comecei a sentir uma grande raiva de Ami. Não quis sufocar este rancor, porque foi justamente ele que me deu forças para recuperar.
-Este é o lado mais difícil do meu trabalho. As pessoas não gostam de que lhe sejam mostrados defeitos que acreditam não ter. Mas se ninguém o faz, jamais vão saber que os tinham e nunca poderão resolvê-los. Ninguém tenta superar um defeito que acha que não tem. É preciso, entretanto, dizer as coisas com jeito e pouco a pouco.
Sentia que cada palavra de Ami era um ataque, uma acusação, uma calúnia. Minha raiva aumentava cada vez mais. Quem era ele para sentenciar-me? Não podia me julgar de forma tão feroz por causa de uma brincadeira da imaginação. Pensei que eu fosse capaz de usar o poder de hipnotizar à distância para fins negativos, porque nunca tinha sido um menino mau.

-Seu ego já se recuperou? -perguntou Ami, rindo normalmente, mas seu riso me pareceu sádico e cruel.
-Você vai continuar a me ofender? -meu tom era desafiador-. Quero voltar para casa, para a barraca. Já me cansei de tudo isso.
Levantei-me. Tinha recuperado minha auto-estima. Só Ami é que era injusto e caluniador...
Olhei-o zombeteiro e lhe disse:
-Você, o menino maravilha, o extraterrestre... falando de amor, tagarelando sobre o amor e, na hora da verdade, só sabe apontar os pequenos erros das pessoas. Você não tem nada de amor. "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Não pode vir nada de bom de um ser desonesto como você. Por isso vou embora. Vou embora!

Ami escutava com tranqüilidade as minhas agressões verbais. Pareceu-me perceber certeza em seu olhar.
-Sei que isso dói, Pedrinho, mas é pelo seu próprio bem. Desculpe-me.
-Nada de desculpas. Vou embora.
Vinka acordou.
-Você não pode ir embora tão rápido, Pedrinho. Gostaria de conversar um pouco mais com você. Saber mais de você, de seu mundo...
Suas palavras me surpreenderam. Voltei à realidade. Suspirei.
-Bem, eu também não queria ir embora, Vinka, mas é que...
-É que o quê, pedrinho? -perguntou, olhando-me do fundo de seus olhos luminosos de cor violeta... era muito linda, mas só agora eu percebia...
-Por que você quer ir embora, Pedrinho?
-Eu? Para onde?
-Você disse que queria ir embora. Por quê?
Então eu me lembrei do "caluniador".
-É que Ami está estranho. Ofendeu-me.
-Parece que eu dormi um pouco. Não escutei nada. É verdade que você ofendeu Pedrinho, Ami?
-Dizer a verdade é ofender? -ele perguntou-. Somente quis lhe mostrar que uma idéia sua era falsa. Isso feriu o ego dele, mas já vai passar.
Pareceu-me perceber um olhar de carinho em Vinka, quando me disse:
-Não vá embora, Pedrinho. Penso que temos muito para conversar...
Senti o mesmo. Desejava saber tudo a respeito dela.
Ami começou com outra de suas brincadeiras.
-Chega de romances proibidos. Vamos ver a dança das galáxias. Cada um de vocês tem seus respectivos companheiros. Acredito ter mostrado a cada um a sua alma-gêmea, num futuro encontro. Devem ser fiéis, apesar de não a terem encontrado ainda.
É curioso, mas senti ciúme, quando soube que ela tinha um namorado...
-Não pense mal, Ami. É somente uma amizade com Pedrinho.
-É difícil ser fiel a uma pessoa que não se conhece -opinei.
-É claro que você a conhece, só que apenas atravéz de um rápido olhar no futuro. Existe um outro sentido que permite, entre muitas coisas, captar, sentir uma pessoa, por mais distante que esteja.
-Telepatia?
-A telepatia tem a ver com os pensamentos. O sentido a que me refiro se relaciona mais com os sentimentos. Nunca sentiu a presença de sua companheira, Pedrinho?
Aquilo era íntimo demais.
-Bem, quer dizer... quando estou sozinho, à noite, penso que existe alguém só para mim, em algum lugar.
-Pensa ou sente sua presença?
-Bem, isto é... não sei. Acho que... que sim.
-Então, você já está desenvolvendo esse sentido superior. Para evoluir mais como pessoas, devemos fazê-lo. Ele nos permite captar também as coisas espirituais, sem necessidade de utilizarmos os outros sentidos e o pensamento. Assim, podemos distinguir entre pessoas boas e más, entre a verdade e a mentira. Aí, perceberemos o verdadeiro amor e a presença de Deus.
-Em Kia, existem muitas pessoas que não têm fé em Deus -disse Vinka.
-A fé é necessária, quando ainda não se desenvolveu esse sentido. Depois, já não é mais questão de acreditar ou não. Percebemos simplesmente a sua maravilhosa presença. Dessa forma, podemos oferecer-Lhe nosso amor, sem ter necessidade de vê-Lo. Esse sentido superior é que nos permite captar a nossa alma-gêmea e ser-lhe fiel, apesar de ainda não estar presente.

Pensei na "japonesinha" do meu futuro, mas não senti nada. Não soube bem, se isso se devia ao fato de não ter desenvolvido ainda o sentido a que Ami se referia ou se a presença de Vinka estava me produzindo uma... interferência.
-Bem. Veremos algo muito lindo mas, antes, é necessário que purifiquemos esta nave, para que as más vibrações não produzam interferência.
Ami tinha sido testemunha de minha infelicidade mental para com a "japonesinha"! Senti culpa.
-É necessário que você deixe isso de lado, Pedrinho.
-Está bem, Ami. Não o farei mais.
-Estou me referindo a que não me guarde rancores...
Então era isso!... Pensei que era por causa do forte sentimento de atração que a presença de Vinka estava produzindo em mim. Por sorte, Ami não havia percebido...
-Amigos? -sorriu estendendo-me a mão.
-Amigos -respondi, sem encontrar um motivo para que não fosse assim.
Vinka tinha conseguido me fazer esquecer o ressentimento.
Apertamos amigavelmente as mãos.
-Bravo! -exclamou a menina contente-. Agora vejamos o concerto das galáxias.
-A dança das galáxias -corrigiu Ami- não obstante, seja também um concerto. Você pode sentar-se, Pedrinho.


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