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((((* "O QUE VEM SEMPRE ESTEVE AQUI, A PAZ ESTA DENTRO DE TI E SO VOCE PODE TOCALA, SER A PAZ SHANTINILAYA, NADA EXTERNO LHE MOSTRARA O QUE TU ES. NADA MORRE POR QUE NADA NASCEU, NADA SE DESLOCA PORQUE NADA PODE SE DESLOCAR VOCE SEMPRE ESTEVE NO CENTRO, NUNCA SE MOVEU , O SILÊNCIO DO MENTAL PERMITE QUE VOCÊ OUÇA TODAS AS RESPOSTAS" *)))): "ESSÊNCIAIS" "COLETÃNEAS " "HIERARQUIA" "PROTOCÓLOS" "VÍDEOS" "SUPER UNIVERSOS" "A ORIGEM" "SÉRIES" .

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O RETORNO DE AMI, O MENINO DAS ESTRELAS E VINKA. (AMI 3).-PARTE 4


o retorno de ami e vinka..parte 4

AVÓ CÓSMICA

Minha avó me esperava praticando Yoga em sua sala.
- Agora não chegou triste, Pedro! Tem outra cara, igual quando saíste esta manhã!
Encontraste com Ami ou com Vinka? – perguntou-me...
Eu fiquei louco, fiquei doente, fiquei mal... Me pegou demasiadamente por
surpresa e não pude responder-lhe nada, só olhá-la com uns olhos grandes como ovos
fritos...
- Sabe? Creio que tudo o que dizes em teus livros é verdade, filho. Esta manhã,


enquanto estendia a roupa no quintal, vi passar um veículo redondo e prateado pelo
céu. Se moveu para as alturas até que se perdeu de vista. Tinha um coração com asas
por baixo... Me fez pensar, assim, fui ler teus livros. Estive ligando as coisas... Aliás,
como estou me cuidando e tomando vitaminas, lembrei daquelas nozes extraterrestes,
tão ricas, que me trouxe um dia, e agora apareces pela primeira vez
contente. Antes chegava triste porque Ami não regressava ainda. Verdade?... Sim,
creio que de verdade estive com ele e com a senhorita Vinka.
Aquelas palavras me deixaram estupefato. Por um lado me deu um susto, mas por
outro senti uma grande esperança de poder por fim compartilhar meus segredos com
alguém em meu mundo, e se iria ser com minha avó, a pessoa mais amada por mim,
neste planeta, melhor dizendo.
- É sério, vovó?
- Sim, filho – respondeu com muita honestidade no olhar.
- E não irás contar para ninguém?
- O que você pensa... Claro que não. As pessoas não acreditam nessas
maravilhosas realidades e pensam que deliramos se tocamos nesse assunto...
- E acreditaria em mim se lhe digo que eu estava abordo desta nave que viu
passar?
- Sim Pedrinho, inclusive me passou essa idéia quando à vi. Havia partido tão
contente...
- E não lhe dá medo os extraterrestres? – eu me entusiasmava cada vez mais.
- Não porque a principal força do Universo é o Amor, por isso penso que esses
seres, que tripulam essas naves tão fantásticas e avançadas como a que eu vi, devem
haver evolucionado muito mais que nos também em seu caminho para o Amor, e por
isso devem ser mais amorosos, mais amáveis, pacíficos e bons.
Abraçei-a e me pus a chorar em seu ombro como um tonto. Senti que novas
possibilidades de felicidades se abriam para mim.
- Só lhe peço uma coisa, Pedrinho, um só favor.
- O que quer, vovó, peça sim, o que quer.
- Deixa-me conhecer Ami quando voltar...
Voltei a abraçá-la, rindo feliz.
- Amanhã mesmo o conheceras!
- Amanhã mesmo? Não se foi por todo um ano desta vez? – perguntou
confundida.
Me pareceu maravilhoso poder conversar abertamente com ela acerca destas
coisas. Queria saber mais e mais. Ficava muito contente a medida que eu lhe relatava
os recentes sucessos, e um pouco intranqüila pela possibilidade de que Goro não
outorgasse sua permissão à Vinka, ainda que disse para ter fé, que tudo ia se resolver.
Nunca em minha vida dormi tão feliz como aquela noite, primeiro porque agora
tinha uma avó novinha, segundo porque estava perto de realizar meu sonho maior,
não separar-me nunca mais de Vinka.
No outro dia, minha avó estava tão entusiasmada como eu mesmo, tanto que quis
acompanhar-me ao bosque para conhecer Ami. Disse-lhe que primeiro perguntaria a
ele se era possível aquilo. Estava de acordo.
Cheguei ao bosque. Esta vez não foi necessário esperar muito. Sobre minha
cabeça vi de repente a luz amarela, e me deixei elevar chegando até o interior da
nave. Ali estavam Ami e Krato sorridentes.
- E Vinka? – perguntei
- Acontece que em seu continente é mais cedo que no de Krato, por isso passei
para buscá-lo primeiro, mas já deve estar de pé. Agora voltaremos a Kia para ver que
novidades há por lá.
- Milhões de quilômetros como se fosse nada, como ir à esquina e voltar... Que
bárbaro, Ami.
- Bi-lhões de quilômetros, Pedro, mas igualmente se surpreenderia Colombo em
seu mundo atual se visse que sua famosa viagem pudesse ser feita hoje em umas
poucas horas de vôo com essas lentas panelas que vocês utilizam, que gastam
combustíveis não renováveis e que fazem um ruído espantoso. Bom, vamo-nos
amigos.
- Mas antes quero pedir-te algo, Ami.
- Ah, acabo de receber o que pensa. Tua avozinha já sabe tudo e agora deseja
conhecer-me. Me alegro muito, tudo irá ser mais fácil assim, e claro que eu também
quero conhecê-la.
Aquilo me fez saltar de alegria.
- Vamos caminhando, te acompanho Pedrinho.
- Sim, vamos – disse Krato, convidando-se a si mesmo.
- Nem pense, se te vêem com essas orelhas e essa aparência, lhe deixam preso e te
investigam até a raiz desse pelo meio rosado – lhe advertiu Ami.
- Bom, que se deleitem admirando minha beleza. Ho, ho, ho!
- E te examinarão por dentro também, na ponta de um bisturi...
- ... Estava pensando, me doem os pés, eu os espero por aqui. Ho, ho, ho! Dê
saudações minhas à tua avó, “Betro”.
- Bem, lhe deixemos. Todos os controles ficam desativados para que não vá
cometer alguma tontice e não termines em Andrômeda – disse rindo o menino das
estrelas.
- Poderia deixar-me ligado um televisor? Gostaria de ver algum esporte deste
mundo.
- Que tipo de esporte você gostaria, Krato?
- Algo parecido ao roko-toko.
- Isto quer dizer algo assim como “porco-rede”, Pedro, porque o roko é um
animalzinho de Kia parecido a um tatu, mas muitíssimo mais veloz, e toko é rede –
me explicou Ami.
- E em que consiste esse esporte, Krato? – lhe perguntei.
- Cada jogador tem uma vara com uma rede na ponta. Soltam o vermelho e tem
que capturá-lo com a rede, mas não pode corre mais de três passos com o animal,
assim, tem que atirá-lo pelo ar para algum companheiro, cuidando para que o
adversário não o pegue, até que se chega ao arco, onde há que metê-lo, e GOL! É
fabuloso!
- E se teu companheiro não o pega e o animalzinho cai solto?
- Então sai correndo disparado, e é ponto contra, porque pegá-lo não é nada fácil.
- Mas o pobrezinho se machucará ao cair...
- Ah não, porque os rokos se transformam em uma dura bola encouraçada quando
vão pelo ar e quando caem, mas depois, “agarra-me se puder”. Ho, ho, ho! Eu era a
estrela de “Os Ferozes de Utna”... Chamavam-me “Roko Vermelho”.
- E por quê?
- Bom, porque muito freqüentemente “me equivocava” ao lançar o roko, e essa
dura couraça com patas ia chocar-se com a cabeça do mais perigoso dos adversários...
Deixando-o fora de combate. Ho, ho, ho!
- Era muito sujo jogador então!
- Não era minha culpa que algumas cabeças ficassem no caminho do meu roko
vermelho. Ho, ho, ho!
- Lhe disse que este é o swama menos espiritual de Kia – expressou Ami ligando
um monitor – Porém, não acredite muito em suas fantasias... Aqui esta. Isso que está
vendo se chama futebol e é o esporte mais popular deste planeta. Se joga só com os
pés e a cabeça.
- Ehhh... como agarram os chutes nesse pobre roko pintado...
- Isso não é um roko, senão uma branda pelota. Pegá-la com a mão está proibido.
Os azuis têm que metê-la no arco de cá, e os brancos ao contrário...
- DALE! Vamos brancos! Vestem igual a minha equipe de roko-toko, “Os Ferozes
de Utna”, Apaguemo-los do mapa!... Que time é esse, Ami, o branco?
- Esse é o “Rapid”, de Bucarest, Romenia. Estão jogando por...
- Está sozinho de frente ao gol... Bate forte agora, ASSIM!... OLHA! Isso não
vale! Ia para dentro, mas um tipo que não é azul agarrou a pelota com as mãos...
- Esse é o goleiro dos azuis, Krato, só ele pode pegá-la com as mãos. Já
compreenderás, pouco a pouco. Acionando esta tecla poderá ir vendo outros canais.
Até logo.
- Até log... Que boa trancada! Como voou o azul! Ho, ho, ho!... Que passa? Quem
é esse tipo de preto que vem com um papel vermelho na mão e olha tão enojado ao de
branco da trancada?
- Esse é o árbitro, é uma espécie de polícia do jogo, e esse cartão vermelho
significa que esse jogador está expulso da partida, porque as faltas aqui não valem.
- Ehhh!... Se nem lhe tocou... Esse do Azul está fazendo teatro, Ami, queixandose
como uma marica sobre o campo para impressionar o árbitro... QUANTO LHE
PAGARAM, ARBITRO VENDIDO! NÃO CONHECE O REGULAMENTO ESTE
TIPO, AMI? GANHASTE O CARTÃO DE ARBITRO EM UMA RIFA?...
- Me parece que se Krato viesse à Terra ia se adaptar muito rápido a certos
costumes do meu mundo – comentei rindo enquanto descíamos ao bosque.
- E com seu passado terri, não serão justamente os melhores costumes...
Como da vez anterior, dois anos atrás, as pessoas olhavam com muito carinho à
Ami, crendo que se tratava de um belo menino rumo a uma festa de disfarces talvez,
inclusive lhe acariciavam a cabeça de vez em quando. Ele parecia estar feliz com a
situação, eu também, e me sentia muito menos preocupado que da vez anterior,
porque agora sabia muitíssimo mais próximo de Ami e de suas capacidades.
Entramos em casa, minha avó veio para nós sorrindo. Ao olhar Ami se aproximou
para abraça-lo com grande emoção.
- Quanta bondade e luz nesse olhar!... Sim, este menino não é daqui... Que Deus
lhe bendiga, que sempre te proeja, menino bom!
Ele começou a rir.
- Sempre me protege, vovó, mas não sou tão menino... nem tão bom, há, há.
- Que felicidade poder abraçar um ser tão avançado, a um habitante de outro
mundo! Obrigado por esta maravilhosa oportunidade, Deus meu, obrigado, Ami,
obrigado por ser o Mestre de meu neto.
Aquilo me causou graça, minha avó cria que Ami era meu “Mestre”... um
menino... Comecei a rir. Ela não compreendia nada...
- Ami não é meu Mestre, vovó, senão meu amigo.
Ela olhou de forma especial, ela pareceu haver compreendido algo e disse:
- Oh, sim, tens razão, filho. Obrigado então por ser TÃO “amigo” de meu neto,
Ami.
- Para mim é um agrado, do meu dever gosto muito, o faço com todo meu
carinho. Bom, vamo-nos. Me perdoa por não convidá-la a vir conosco, vovó?
- Não tem problema. Ainda que me convidasse, eu não iria, Ami.
- Por que, lhe dá medo?
- Não é temor, Ami, é que não quero conhecer muitas maravilhas porque depois
me parecer muito triste este mundo, como aconteceu a Pedrinho, que as vezes anda
enojado com as pessoas porque acha que aqui as pessoas são um pouco “traidoras”.
Me senti mal.
- Essa são coisas particulares, vó... É que não posso evitar de compará-las com as
pessoas de Ofir... – justifiquei.
- E não te comparas a ti mesmo com as pessoas de lá, Pedro? – me perguntou ele.
- Istooo...
- Por isso, eu não iria. Prefiro ignorar muitas coisas boas, e também muitas coisas
más...
- Tem razão, vovó. Nós sabemos que estas viagens encerram certos perigos
psicológicos. Não é fácil conhecer um maravilhoso mundo evolucionado e logo ter
que regressar para viver em outro onde não reina o Amor. E essa é outra razão que faz
que estes contatos sejam muito escassos.
- Levem estes pasteizinhos que lhes preparei esta manhã. Deixem algo para a
senhorita Vinka e outro pouco para o senhor Krato.
- O “senhor” Krato? Há, há, há. Que está dizendo vovó, esse é um velho
montanhês...
- O senhor Krato, Pedrinho. Se ele escreveu esse pergaminho, merece todo meu
respeito e admiração.
- Que?! Não vai lhe dizer isso caso o conheça algum dia, pois irá inchar-lhe o
ego... Mas é muito bom e divertido, isso sim. Bem, até logo, vovó.
- Não ta esquecendo de dizer nada à sua avozinha, Pedro?
- Não... Acerca de que?
- Acerca de Krato.
- Não, nada... Exceto que é um velho bastante feio. Há, há, há! Bom, até a vista,
vovó.
- Esquece de dar-lhe suas saudações, Pedro.
- Ah, isso... Sim, lhe mandou saudações. Bom, até logo.
- É serio?... Oh, que emoção... Uma alma tão bonita... e de outro mundo... Digalhe
que lhe agradeço muito e que lhe correspondo... e... e que quando possa, venha
tomar uma xícara de chá por aqui para que conversemos sobre seu planeta e do meu...
Minha avó estava demasiado comovida por essa tontice.
- Chá? Se vier alguma vez, não será justamente o que irá tomar... – disse.
- Que irá beber então, Pedrinho?
- Vinho... que eu sei, mas chá, seguramente que não.
- Oh, então vou comprar vinho, pois se aparecer... Cuida-se, maneja com cuidado,
Ami, respeita os regulamentos, os semáforos... ou o que haja.
- Não se pré-ocupe, vovó – respondeu entre risos o pequeno ser vestido de
branco, e nos despedimos.
- Tratem de voltar com Vinka – disse desde longe.
Quando chegamos à nave, a partida de futebol havia terminado e krato estava
olhando outros programas. Ao ver-nos aparecer, veio para nós muito eufórico.
- GANHAMOS!!! Ho, ho, ho! Agarramos um pênalti! Claro que foi uma falta de
vergonha do árbitro, porque o chute na cara do jogador de azul foi fora da área. Lhe
bastava cobrar um tiro livre, mas como era contra nós, cobrou pênalti e por cima
expulsou ao jogador de branco. Porém, nós agarramos. Ho, ho, ho! Tivemos que
jogar com dois homens a menos... O árbitro teria que vestir-se de azul. Que vendido!
Aliás, nos anulou um belo gol, de “chalera”! O de branco estava perfeitamente
habilitado, porque passou por dois zagueiros depois que a bola havia saído para ele!
Mas o árbitro e o bandeirinha se fizeram de tontos e disseram que o adiantado do
Rapid estava em posição proibida e o anularam... Mesmo assim ganhamos de três a
dois. Que tal? Temos um goleador africano que é uma estrela. Fez dois dos três gols
que fizemos. Entre parêntesis: a esse rapaz lhe passaram a mão de tanto bronzear-se,
ficou com o corpo todo negro, vaidoso este garoto, não?... O treinador ao contrário é
um idiota, quando empatamos tirou dois dianteiros, colocando dois novos defesas se
fechando atrás como senhoras medrosas, para fazer passar o tempo pois o empate
lhes convinha. Mas quando o africano mandou a bomba quase do meio do campo e
fez um gol de “cobertura” no goleiro, que estava adiantado, faltavam só quatro
minutos para o final. Aí o treinador queria morrer. Ho, ho, ho! Agora chorava para ter
no campo de novo aos atacantes que havia mandado para o banco. Há cada treinador
com a cabeça cheia de guakaka... Ho, ho, ho! OH, PERDÃO!...
Eu fiquei de boca aberta: Krato havia aprendido todo o regulamento do futebol!
Até o complicado regulamento da “posição fora de jogo”, que a mim havia custado
tanto compreender, ele o havia entendido simplesmente olhando uma partida...
- Quando gostamos de algo de verdade, o cérebro trabalha melhor porque
entregamos toda nossa atenção, e a atenção é algo muito poderoso, Pedro. Aliás, este
velho não tem um pelo de tonto... Pena que não ponha sua atenção em coisa mais
importantes...
- O futebol é muito belo, Ami! Em Kia há esportes parecidos, mas nada como
isto.
- Eu também gosto muito – disse – mas quando há jogo sujo me dá vontade de ir
embora. Não gosto da brutalidade.
- Esse esporte me parece viril, forte, mas não brutal, “Betro”, comparado com
outros que vi nessa tela, como esse em que um tipo se enfrenta com uma besta
enorme, com chifres pavorosos... Engana-o com um pano vermelho e a besta passa
longe. Ho, ho, ho! Esses chifres passam à centímetros do tipo... Há que ter valor...
Mas o pobre animal sofre de tudo! E depois o matam a sangue frio... Isso sim que é
brutal.
- Tem razão Krato – disse Ami- Ao animal lhe cravam espadas, pequenas facas
que vão sangrando pouco a pouco, para que se debilite. E com o balançar vão se
abrindo mais as feridas, produzindo-lhe uma dor terrível que o faz enfurecer. Te
imagina sair correndo com largas navalhas que se bamboleiam cravadas em tuas
costas?
Até o montanhês parecia impressionado.
Tem razão, Ami. Também pude ver outro esporte deste mundo que me pareceu
muito selvagem.
- A que se refere?
- Dois tipos se agarram a golpes até que um caia no chão meio morto...
- Ah, isso é o boxe. Muito têm caído mortos de verdade... Outros ficam mal da
cabeça... – disse.
- Estes esportes deixam um mau exemplo e geram vibrações muito baixas –
interveio Ami. Os enaltecidos e violentos sentimentos dos espectadores se
transformam em vibrações mentais que chegam à toda cidade, e que os demais
podem perceber, ainda que seja inconscientemente, e como essas vibrações são
“magnéticas”, provocam ou induzem nos demais as mesmas vibrações, quer dizer,
pensamentos e sentimentos do mesmo tipo, e assim se vai enchendo vibratoriamente
o mundo... que é justamente o que convém ao Tirano...
Krato interveio:
- Por isso gosto do futebol. Isso sim que é um esporte!
Eu lembrei dos chutes que pude ver e disse:
- Mas também jogam sujo, as vezes...
- Sujos foram os azuis! – protestou krato, culpando só a equipe contrária a sua
simpatia.
- Poderia falar de algo mais proveitoso? – perguntou Ami, um pouco aborrecido
já.
- Que é esse pacote que traz aí, “Betro”?
- Ah, é um pastel.
- Deixa-me provar um pedaço. Mmm. Chomp... Puaf! Isto é doce. Tudo o que
vocês comem tem que ser doce?
- Nem tudo, só as coisas mais ricas... – disse, para aborrecê-lo.
- Este pastel foi preparado para nós pela avozinha de Pedro... Krato...
-...Ah... Mas está delicioso... Chomp, chomp... Deu-lhe minhas saudações?
- Eh? Ah, sim.
- E que disse?
- Ela.... disse obrigado.... Oxalá Goro esteja mais calmo, Ami.
- Não está sendo completamente sincero, Pedrinho. Quem oculta a verdade,
também mente.
- Não, Ami, sinceramente desejo que Goro esteja mais calmo...
- Você é hábil para mudar de assunto, igual você já sabe quem...
- Está bem... Minha avó disse que muito obrigado.
- Isso já disse... E nada mais, “Betro”?
- Ah, sim, também lhe mandou saudações... Que vontade tenho de ver Vinka...
- E nada mais, “Betro”?
- Nada mais... Faz um pouco de calor aqui...
- Pedrooo – disse Ami com um tom repreensivo.
- Ah, sim, disse para Ami que respeite os semáforos... Há, há. POSSO AGORA
FALAR DE VINKA?...
Ami se pôs a rir.
- Estes não evolucionados... Que terrivelmente difícil lhes é dizer toda a
verdade...
- JÁ DISSE, AMI, JÁ DISSE.
Eu estava alterado.
- Mais ou menos, quer dizer, mais menos que mais.
- LHE DISSE TUDO O QUE ELA FALOU, AMI, JÁ CHEGA, POR FAVOR...
- Só esqueceu de dizer que manifestou um grande respeito e admiração pelo autor
do pergaminho. Também ocultas-te sua emoção quanto ela soube que Krato enviavalhe
suas saudações, e tampouco mencionaste que ela o convidou para sua casa,
dizendo que iria comprar o tipo de bebida que Krato gosta para atendê-lo quando
chegar de visita.
- Tudo isso?... Que boa velhinha... Porque o ocultas-te, “Betro”?
- NÃO OCULTEI NADA, NÃO TENHO UMA MEMÓRIA DE ELEFANTE,
BASTA JÁ DE PERSEGUIÇÕES.
Krato estava confundido.
- Que passa a este menino, Ami?
- Está um pouco ciumento, Krato. É um pouco possessivo e egoísta em assuntos
sentimentais...
- Ahhhhh...
- Que?!... CIUMENTO EU, CIUMENTO EU... POR MINHA AVÓ? HÁ, HÁ,
HÁ, HÁ. A MIM INTERESSA-ME VINKA...
- Sim, Vinka como companheira, e tua avozinha como avó – disse Ami.
- ISSO, ISSO, NÃO VEJO ONDE ESTÁ O PECADO TÃO TERRIVEL.
- Como avó... mas somente para ti... Não quer compartilhar com mais ninguém.
Está disposto a fechar-lhe toda a possibilidade para ela mesma com isso de tê-la
unicamente para ti. Quase não lhe importa a felicidade dela, senão só a tua, Pedro.
Como na viagem anterior, quando me mostrou alguns defeitos meus que eu não
havia visto, fiquei derrubado sobre o assento, mas agora foi diferente. Desta vez
compreendi claramente que Ami tinha razão e não escondi a verdade a mim mesmo,
como antes. Agora, Ami não foi para mim um injusto, nem um canalha nem um
caluniador, senão um amigo que era capaz de conhecer-me melhor que eu mesmo,
mostrando-me que eu era um egoísta que queria a minha avó só para mim, sem
importar-me realmente com ela, sua própria vida pessoal. Fechei os olhos, creio que
tinha as bochechas vermelhas de vergonha. Decidi não dizer nada durante uns longos
momentos, até restabelecer-me.
- Oh, chegamos a Kia, menino dos foguetes.
- Sim, mas algo raro acontece, Krato.
- Que passa?
- Que Vinka não está no quintal... Isto me cheira mal.
Dei um salto.
- Vamos olhar o interior de sua casa, Ami! – exclamei.
- Sim, aí está a casa, na tela... Mmm. Não tem ninguém na casa!
- Que vamos fazer, Ami, aonde podemos buscá-la? – perguntei, com o coração
angustiado.
- Fácil. Insiro seu código no computador e pronto. Aí está.
Apareceu Vinka. Estava estendida em uma cama com os olhos fechados. Um terri
vestido de branco, sentado junto a ela lhe falava:
- Tudo o que escreveste é fantasia.
- Tudo o que escrevi é fantasia – repetia ela como uma autônoma.
- A estão hipnotizando... A ESTÃO HIPNOTIZANDO! – exclamou Ami, bastante
alterado.
- Oh, não, a levaram à PP! – disse Krato.
Senti que o mundo me vinha em cima.
- Não, não é a PP, é um consultório psiquiátrico. Querem que esqueça tudo!
- Tira ela daí então! – Eu estava desesperado ao ver o que acontecia com minha
amada.
- Lança-lhe um raio mortal nesse terri sarnento – disse Krato muito enojado.
- Esperem, esperem, calma. Vou conectar minha mente com a dela, mas em um
nível mais elevado.
- Bom, faça-o de uma vez – desse muito inquieto.
Ami se levantou. Caminhou para o recinto posterior da nave e disse:
- Isto tenho que fazê-lo na sala de meditação. Serão só in poucos minutos.
Mantenham a calma e não deixem de olhar essa tela para que logo me informem.
- Tem aparelhos eletrônicos ali? – me perguntou Krato quando ficamos a sós.
- Não. Irá concentrar-se mentalmente, ou algo assim. Escutemos.
- Tudo o que escreveste é fantasia.
- Tudo o que escrevi é fantasia.
- Quem é Pedro, Vinka?
- Pedro é minha alma gêmea...
- Isso Vinka, muito bem! – disse.
- Não, não, ele não existe na realidade. Esse personagem é a alma gêmea da
protagonista, de Lona, mas tu és Vinka, não és Lona.
- Eu sou Vinka, não sou Lona.
- Muito bem. Quem é Pedro, Vinka?
- É a alma gêmea de Lona.
- Perfeito. Já compreendes que Ami é um personagem fictício.
- Fictício seu tiú! – exclamou enojado Krato.
- Compreendo que Ami é um personagem fictício.
- Bravo. Quem é Ami, Vinka?
- Ami é um personagem fictício.
- Magnífico. Já compreendes que tudo o que escreveste é fantasia.
- Compreendo que tudo o que escrevi é fantasia.
- Agora vai esquecer tudo o que imaginaste haver vivido fora de Kia.
Compreendes?
- Compreendo.
- Irá esquecer de mim, de Krato, vai apagar de sua memória! – disse, desesperado.
- Não, não se esquecerá, Pedro – disse Ami ao chegar – Consegui estabelecer uma
comunicação com sua mente e bloquear as sugestões do psiquiatra. Agora ela vai
seguir o jogo para que ele acredite que ela está obedecendo, mas não esquecerá nada,
porque agora está consciente, ainda que simule estar hipnotizada.
- Seguro que funcionará? – perguntei.
- Absolutamente, Pedro. Vinka acaba de comunicar-me telepaticamente que Goro
ordenou isto para tratar de tirar-nos de sua vida. Disse ao doutor terri, que é amigo da
família e conhece os livros de Vinka, que ela passa por um estado de confusão em
que crê haver vivido realmente suas histórias, e lhe pediu que a hipnotizasse para
fazê-la “entrar na realidade”. Mas vamos dar uma surpresa ao médico.
Acessou os controles, digitou algo sobre o painel e disse:
- Magnífico, temos autorização para nos fazer visíveis.
De imediato fomos transladados automaticamente e aparecemos frente a uma
janela de um edifício, no décimo andar. Atrás dos vidros conseguíamos ver as figuras
do doutor e Vinka.
- Não existem as naves extrakianas – estava dizendo o terri.
- Não existem as naves extrakianas – repetia Vinka. Ami fez a nave visível,
lançou uma forte luz para a janela, coisa que fez o médico olhar e, segundo
indicações de nosso amigo, começamos os três a saudá-lo muito sorridentes deste
poucos metros de distancia...
- Não... existem... os... sim existem... existem... existem – murmurava fora de si o
psiquiatra olhando-nos fixamente. Ante seus olhos havia uma nave espacial, um
alegre swama e dois espécimes estranhíssimos para ele: Ami e eu...
Os transeuntes surpreendidos começavam a amontoarem-se na calçada olhando
para cima. Depois, a nave ficou invisível, logo visível, logo invisível. O terri não quis
saber mais, despertou Vinka e perguntou:
- Quem é Ami?
O menino do espaço pegou o microfone, direcionou sua voz de maneira que
chegasse muito débil ao interior do ouvido de Vinka e disse:
- “Diga-lhe que Ami é esse menino branco a quem ele acaba de ver pela janela”.
- Ami é esse menino de branco que acaba de ver pela janela...
- Então tudo é verdade!
- Sim, doutor, e a hipnose não pode nada contra a verdade.
Ami voltou a falar pelo microfone e disse a Vinka que lhe explicasse tudo o que
estava acontecendo, com sinceridade. Muito tempo esteve ela contando-lhe a história
ao médico, que escutava cada vez com maior interesse. Quando o relato chegou ao
fim, o profissional tomou uma decisão:
- Então Goro mentiu para mim... Lhe ajudarei, Vinka. O farei porque nessa nave
está o motivo de teu afeto, e a ciência já sabe que isso o necessitamos para nossa
saúde: o afeto.
- O Amor – disse Vinka – porque o Amor é Deus.
- Hum... Dizer amor... dizer deus... – pronunciou estas palavras com asco.
- São sinônimos, doutor. Amor e Deus é o mesmo, é por isso que o que mais
necessitamos é Amor, quer dizer, Deus.
- No terreno cientifico essas palavras não se usam Vinka, não são bem vistas.
Uma pessoa pode perder todo seu prestigio falando de... isso... Dizer afeto é melhor
que usar esse termo tão... sentimental.
- Amor uma palavra sentimental?! Trata-se de Deus!
- E continua com isso! Lhe farei uma pergunta, Vinka: A fome é Deus?
- Não. Claro que não. Por?
- Porque a fome e o amor são simples necessidades biológicas. Sentimos fome
para não morrer de inanição, e sentimos amor para proteger nossos filhos, para
proteção da espécie, nada mais. O necessitamos porque nos produz a sensação de
proteção, de segurança e valorização, e porque devemos nos reproduzir, e isso é tudo.
Também sentimos ódio e agressividade, e isso também é para proteção da espécie,
assim que se é para fazer comparações ridículas, tão absurdo é dizer que o amor é
Deus como que a fome é Deus ou que a agressividade é Deus, ou que o ódio é Deus.
Não podemos afirmar coisas sem fundamentos comprovados.
Ami pareceu sentir-se triste.
- Quando uma alma jamais tem sido iluminada pelo Amor, para ela não passa de
um conceito abstrato, a algo comparável a um vulgar sentimento instintivo, como o
apego, é por isso que para esse doutor é igual a fome, a agressividade, o ódio, o
Amor.
Vinka compreendeu que o terri tinha umas coordenadas mentais muito diferentes
das suas.
- E para referir-se a Deus, que termo utiliza você?
- Ah, não. Disso não se fala porque não tem rigor cientifico. Isso, segundo meu
critério, fica para as pessoas fanáticas e ignorantes...
Vinka e eu ficamos muito surpreendidos ao escutar aquelas palavras do terri.
- É feio para os cientistas falar de Deus?!
- Claro. É algo que não está comprovado.
- Para mim está perfeitamente comprovado que Deus existe – disse Vinka.
O doutor sorrio divertido.
- Ah, sim? Que provas existem, segundo tu?
- Eu – respondeu ela.
- Como? Não entendo.
- Deus existe. Eu sou a prova.
A cara do psiquiatra mostrava um gesto de confusão.
- Você vê este quadro na parede, doutor? – Ela mostrou para uma pintura que
representava umas frutas.
- Sim... E?
- Esse quadro é a prova de que há um pintor que a realizou. Não?
- Pode ser... E?
- Eu não inventei esta mão nem estas unhas nem esta voz, por isso, eu sou a prova
de que uma inteligência criadora superior existe. Não lhes basta isso para os cientistas
como prova? Não lhes basta com as estrelas e as galáxias, com a cor dos mares e o
aroma das flores? Não lhes basta com sua própria inteligência para deduzir que uma
inteligência maior lhes pôs essa capacidade em suas cabecinhas?
Me pareceu que ela estava dando uma lição susperior, e senti muito orgulho. Mas
apesar disso, o doutor de Kia tinha um sorriso irônico e cínico que o fazia mais feio
que de costume.
Ami nos explicou:
- Ela está utilizando a mentalidade analógica, enquanto que o terri só utiliza sua
mente lógica.
- Mentalidade o que?
- Esqueça, não temos tempo para explicações.
Vinka continuava falando.
- Não lhes serve o Amor aos cientistas como prova da existência de Deus?
O Terri seguia com seu sorriso sarcástico e sua cara de mau, como quem escuta
falar um idiota. Depois pareceu impacientar-se um pouco e disse:
- A verdade é que é muito lindo “filosofar” e falar sobre “consertar o mundo”.
Toda uma “poetisa” esta menina! He, He. Eu também faço poemas em minhas horas
livres, He,He... Mas teus tios estão esperando lá fora e teus amigos também. Vejamos,
este caso é terrivelmente irregular, como tantas coisas que estão acontecendo
ultimamente, mas devemos aceita-lo, por isso vou ajudar-te. Ainda que pareça uma
verdadeira loucura, uma verdadeira loucura – disse rindo-se novamente.
Vinka e todos nós estávamos cheios de esperança.
- Então vai convencer ao tio Goro para que me deixe ir à Terra. Verdade?
- Eu não lhe disse isso, Vinka. Disse que ia ajudar-te, mas sou um médico, e isso
significa que meu trabalho é proteger a vida de meus pacientes, aliás, sou um cidadão
respeitoso das leis. Primeiro devo comprovar que tua partida a outro mundo será
benéfica para ti. Tenho que estudar o caso com cuidado, consultar com conhecedores
da educação infantil, relatar um informe para apresentá-lo ante a Comissão Nacional
da Infância, solicitar a autorização dos juizados competentes...
Nossos rostos iam-se sombreando a medida que ele falava.
- Teríamos que ver se o ambiente social e biológico da Terra seria favorável para
ti, para o qual teríamos que estabelecer relações oficiais em nível de autoridades, para
que permitam a nossos experts estudar as condições ambientais, e sempre que os
entendidos considerem que estabelecer contato com a civilização terrestre não vá
representar uma ameaça para a nossa, e tampouco sabemos se teu amiguinho vai
colaborar com essa possível aproximação... Não será fácil, sobre tudo porque o tema
VEP, vida extraplanetária, está vigiado pelas autoridades de nosso país, uma
comissão da PP maneja o tema e tem o dever de informar ao serviço de inteligência
do país mais poderoso de Kia. Já sabemos que os agentes da PP ao são muito
amistosos nem comunicativos e que têm sistemas “especiais” para silenciar o que não
desejam que se conheça nesta matéria... Por algo será... suas boas razões terão... É por
isso que quem tenta abordar essa temática, contam com grandes obstáculos para o
desenrolar de seus labores. Não, não será fácil, mas é o único caminho correto: o
caminho legal.
Com essas palavras, o futuro maravilhoso estava me vindo abaixo.
- Esse psiquiatra está louco, Ami, é um burocrata, está pensando em complicar
tudo – disse Krato muito preocupado. O menino de branco está de acordo.
- Tem razão, se chega a comunicar o caso às autoridades de Kia, pobre Vinka...
- E pobre Pedrinho – disse eu com a alma em um fio.
- Quer ajudar-me ou afundar-me? – lhe perguntou Vinka com angustia no rosto.
- Ajudar-te, naturalmente, sou um médico.
- Então fale com tio Goro e pronto. Para que complicar tudo?
- Não, Vinka, eu não falo mais com Goro porque mentiu para mim. Eu não posso
falar com mentiroso. Sou um homem amante da correção. Não posso ir contra meus
princípios. Enganou-me ao dizer que tudo era uma fantasia tua, quando na realidade
ele sabia muito bem que não era assim. Já não pode ser mais meu amigo. E por outro
lado devo comunicar às autoridades este caso, é meu dever como cidadão respeitoso
das leis e preocupado pela segurança de sua pátria, de sua raça e de sua civilização.
- Este ser tem a cabeça mais dura que o mesmo Goro! – exclamou Ami
visivelmente aborrecido – Não pode dar conta de que está ante realidades superiores
e, como é habitual no pensamento terri, em lugar de atuar com humildade e tentar
aprender algo, trata de rebaixar o superior a seu próprio nível e impor seus
regulamentos. Este tipo mandaria preso um anjo se encontrasse um deles sem visto
ou passaporte... Na realidade não lhe interessa outra proteção que a de seus próprios
esquemas mentais, de seu ego, pois nada nele passa por seu coração nem por sua
sensibilidade, porque não há tem.
- Vão passar muito e muito tempo antes que se converta em swama – disse Krato.
- Pode ser, mas saber isso não nos ajuda em nada... Olhem, vai chamar ao
telefone...
- Central da Policia Política?
Ao escutar aquilo, Vinka, muito angustiada, pôs o dedo sobre o gancho do
aparelho, cortando a comunicação. O terri a olhou incrédulo, horrorosamente
ofendido.
- Que está fazendo, swama insolente, sem respeito?!
- E o que vai fazer você, delatar-me, entregar-me à PP?
- Naturalmente, é o que corresponde fazer um homem respeitoso pelas leis e
preocupado pela segurança de sua pátria, de sua raça e de sua civilização.
- Parece um disco riscado este tipo! – exclamou Krato muito enojado.
- É essa sua maneira de ajudar a aproximar-me ao amor que necessito para minha
saúde mental e minha felicidade?
- Supostamente. As autoridades, os experts saberão o que lhe convêm mais, e
agora deixa-me chamar a PP, swama morta de fome.
Ami estava quase alterado.
- Muito científico será, muito conhecimentos há adquirido, mas não deixa de ser
meio besta ainda...
- Tem que fazer algo, Ami! – exclamamos Krato e eu.
- AJUDA-ME, AMI, TIO GORO, SOCORRO! – estava gritando Vinka. Goro
escutou aquilo e tratou de entrar no consultório, mas a fechadura estava fechada,
então começou a golpear a porta com fúria.
Eu estava passando pelos momentos mais espantosos de minha vida ao observar
imponente o sofrimento e o perigo em que Vinka encontrava-se. Krato tinha vontade
de esganar o psiquiatra. Não posso reproduzir aqui o que gritava para a tela do
monitor.
- Calma, amigos, calma – dizia Ami enquanto operava aceleradamente alguns
comandos e botões do painel. Suas mãos se moviam a uma velocidade incalculável,
como um filme em uma câmera rápida. Escutava-se um zumbido. Inclusive saia um
pouco de fumaça de suas mãos! Mas nesses momentos me pareceu algo normal, dada
a gravidade da situação. Só muito tempo depois lembrei aquele detalhe que
evidenciava outra das maravilhosas capacidades de Ami: podia realizar movimentos
físicos em altíssima velocidade.
O psiquiatra tentou chamar novamente pelo telefone, mas Vinka se pendurou em
seu braço e lhe aplicou uma forte e prolongada mordida em um dedo, coisa que o fez
gritar de dor ao corpulento terri, mas logo se desfez dela lançando-a enfurecido
contra a porta. O golpe lhe fez perder a consciência. Os tios de Vinka escutaram
aquele golpe e se desesperaram ainda mais, querendo jogar abaixo a porta.
- Por sorte não foi um golpe grave para ela – disse Ami, tranqüilizando-nos um
pouco.
Eu, em meio a minha dor interior, esperava que aquilo deixasse tranqüilo ao terri,
mas não, mostrava os grandes dentes como um gorila cego de fúria e dirigiu-se para o
corpo de minha amada com os punhos fechados e todos os músculos tensos, como um
mastodonte disposto a matar a golpes.
- Os terris tem os sentimentos muito bloqueados, por isso tem muito pouco
controle sobre seus instintos animais – disse Ami enquanto operava o painel – Se não
o detenho, irá matá-la.
Nesses momentos observei com alívio maravilhoso que o terri ficou como que
paralisado ou congelado.
- Que bom Ami! Que fizeste, o hipnotizaste a distancia?
- Não, com a urgência do caso não haveria podido concentrar-me de maneira
necessária, assim que não teve mais remédio que lançar-lhe um raio paralisante.
- Espetacular menino intergaláctico! Quanto lhe durará o efeito?
- Esse raio estará ativado até que eu o corte. O problema é que o avistamento que
produzimos atraiu a PP. Sempre vão aos lugares em que se lhes reportam esses casos,
e já vem sabendo, atraídos também, por Goro, que está desesperado tratando de
derrubar a porta do consultório. Não temos tempo para nada mais que resgatar Vinka.
Levantou-se e encaminhou-se para a porta da nave, que estava abrindo-se,
deixando ver um túnel de luz verde que atravessava a dura parede do edifício e
comunicava diretamente com o interior do consultório. Por ali, por esse feixe de luz
caminhou Ami, como se tratasse de algo sólido, até ingressar ao recinto do psiquiatra
paralisado, mas com um aspecto impressionante, aterrorizador, parecia uma
verdadeira besta disposta a matar.
A PP havia chegado e os homens tratavam de derrubar a porta. Enquanto isso,
Ami parou em frente ao gigantesco terri. Tratou de ficar perto de seu rosto, mas a
diferença de estatura era abismal. Então simplesmente se elevou no ar até ficar da
mesma altura.
- Guak! Esse menino é capaz de voar, “Betro”!...
- Entre outras coisas, Krato...
Ami olhou intensamente ao terri enquanto lhe apoiava um pequeno aparelho em
sua nuca murmurando coisas perto de suas orelhas. Compreendi que, como no caso
dos policiais em sua primeira visita, estava hipnotizando-o, talvez para que não se
lembrasse de nada, mas não sabia para que era aquele aparelho, porque antes não
usou nada mais que sua força mental.
A porta estava cedendo ante os fortes golpes. Ami desceu suavemente, pegou
Vinka entre seus braços e a levantou com facilidade, apesar da diferença de estatura,
evidenciando uma grande força física – e esse foi outro feito que me surpreendeu só
muito mais tarde – e se encaminhou com ela de regresso pelo túnel de luz verde. Uma
vez na nave, depositou-a com delicadeza sobre a almofada enquanto eu corria pra
atendê-la. Ami foi para os controles. O raio desapareceu e a porta da nave se fechou.
Simultaneamente, a do consultório veio abaixo enquanto vários terris vestidos de
preto ingressavam no lugar. Também nesse mesmo instante o psiquiatra recuperava o
movimento e se atirou contra o primeiro que viu enfrente a ele, quer dizer, aos
homens da PP, muito mais corpulentos que ele mesmo...
- Ainda não passou a violência homicida, e agora receberá o “bumerang” o pobre
– explicou Ami com certa pena.
O terri caiu no chão debaixo de uma chuva de experimentados e certeiros
golpes... Poucos instantes depois era conduzido algemado para a saída, enquanto
vociferava pedindo explicações. Goro e Clorka também foram levados para fora.
Eles, de igual forma relutavam exigindo recuperar Vinka. Enquanto isso, outros
homens ficavam examinando minuciosamente o consultório, tomando amostras de
tudo o que viam, olhando de vez em quando para a janela, o lugar preciso do
avistamento, mas não podiam nos ver porque nosso veículo espacial estava invisível.
- Tudo se complicou Ami, por culpa desse idiota do psiquiatra – se queixava
Krato.
- E de Goro em primeiro lugar – disse Ami – mas nem um nem outro poderiam
fazer algo diferente ao que fizeram, porque assim são os terris, é por isso que o
computador disse im-pos-sí-vel. Não será fácil isto.
Eu tratava de reconfortar Vinka que, para minha alegria, começava a recuperar o
conhecimento.
- Agora tudo irá depender das declarações de Goro e Clorka ante a PP – disse
Ami, tomando os controles, então a nave pariu a grande velocidade.
- E das declarações do psiquiatra terri também – disse Krato.
- Não, ele já não conta pra nada porque esqueceu pra sempre a existência de seu
ex amigo, Goro, e de tudo o que tenha a ver com ele, Vinka e nós inclusive, graças ao
pequeno tratamento que o submeti, amnésia parcial definitiva, para isso era o
pequeno aparelho que pus em seu pescoço.
- Guak! Ho, ho, ho!
Vinka já estava recomposta, reconfortada com meu carinho. Tinha um pequeno
caroço na nuca, nada mais. Expliquei-lhe o ocorrido.
- Tem que proteger meus tios, Ami!
- Vamos fazer tudo que possamos Vinka, e para isso justamente estamos indo
pedir ajuda.
- Aonde Ami?
- A um lugar muito especial.

CONTINUA ....... "ESSENCIAIS"

 OBS: ATENÇÃO IRAMOS HUMANIDADE DA TERRA MEUS IRMAOS E IRMAS ESTELARES QUE CHEGARAM A LER O LIVRO DE AMI ATE O FIM. PERCEBAM AIMPORTANCIA DESTA HISTORIA REAL E DE SEU COMPROMISSO QUANDO A HUMANIDADE O NOSSO COMPROMISSO O MEU DE DIVULGAR . SE POSSUEM BLOG OU ALGUM SITE . COLEM COPIEM O LIVRO DE AMI. IMPRIMAM. LEIA PARA SEUS FILHOS E IRMAOS..ESTA E UMA SEMENTE MUITO IMPORTANTE A SER PLANTADA NA HUMANIDADE DA TERRA COM ESTE LINDO ATO NESTE LINDO LIVRO NESTA LINDA HISTORIA REAL.


http://minhamestria.blogspot.com.br
C.R.A - http://a-casa-real-de-avyon.blogspot.com/


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