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((((* "O QUE VEM SEMPRE ESTEVE AQUI, A PAZ ESTA DENTRO DE TI E SO VOCE PODE TOCALA, SER A PAZ SHANTINILAYA, NADA EXTERNO LHE MOSTRARA O QUE TU ES. NADA MORRE POR QUE NADA NASCEU, NADA SE DESLOCA PORQUE NADA PODE SE DESLOCAR VOCE SEMPRE ESTEVE NO CENTRO, NUNCA SE MOVEU , O SILÊNCIO DO MENTAL PERMITE QUE VOCÊ OUÇA TODAS AS RESPOSTAS" *)))): "ESSÊNCIAIS" "COLETÃNEAS " "HIERARQUIA" "PROTOCÓLOS" "VÍDEOS" "SUPER UNIVERSOS" "A ORIGEM" "SÉRIES" .

domingo, 24 de outubro de 2010

O RETORNO DE AMI, O MENINO DAS ESTRELAS E VINKA. (AMI 3).-PARTE 2


o retorno de ami e vinka..parte 2

O SEGREDO DE KRATO


A amarela nos envolveu os três. Olhei para cima. Ali estava o majestoso veículo
cósmico, agora visível somente para nós. Maravilhoso, mágico. Girava plácida e
lentamente. Estava um pouco inclinado, mais alto que as copas dos pinos. Brilhantes
reflexos do sol cintilavam sobre sua fuselagem de metal prateado. Compreendi que
Ami tinha vindo com outra nave agora, porque esta tinha um coração alado debaixo.
- Este “óvni” não é o mesmo que o anterior – disse.


- Não, Pedro. Por dentro se parece muito com o outro, mas tem mais recursos

tecnológicos e é de um tamanho maior, já irás ver.
Com grande alegria me deixei içar, sem temor algum desta vez. Estava
transformado em um campeão em matéria espacial. Não é por ostentar-me (senão
presumir): os mais famosos astronautas, comparados comigo, não tem visto nada,
nada.
O fato de flutuar no ar sem ter nenhuma sensação de gravidade no corpo me
produziu muita alegria. A medida que ia subindo via o mar muito azul e
resplandecente, os bosques lá embaixo, o balneário, minha casinha. Estiquei os
braços para sentir-me como uma ave livre. Aquilo era muito mais divertido que
qualquer jogo de parque de diversões, e mais seguro também. Quando cheguei ao
interior da nave e se fechou uma plataforma que se deslizou em baixo de meus pés,
fui recuperando lentamente meu peso. Como anteriormente, senti-me emocionado por
estar pisando o suave tapete fofo da sala de recepção. Logo ingressamos na sala de
comandos. Observei que esta era bastante maior que a da nave anterior, também, o
teto estava mais alto. Ali cabia perfeitamente um adulto de pé; na outra, não. Olhei
através das janelas e vi na praça, o salão de jogos de vídeo-game. Então me lembrei
do A.M.I. nas telas das máquinas.
- Que bela brincadeira foi essa, Ami – disse, sabendo que ele já havia dado uma
olhada em minha mente. Vinka perguntou de que se tratava. Expliquei-lhe o assunto
todo, achando muito engraçado.
- Fiz isso para anunciar-te minha chegada e também para que alguns desses
pobres meninos, os mais viciados, se desanimem e pensem em outra coisa podendo
desfrutar mais de seu tempo, ao menos por umas horas, em lugar de gastá-lo atrás de
uma deprimente tela de vídeo.
Pensei que estava falando igual a minha avó, e ele, como é natural, percebeu
aquilo. Começou a rir e disse:
- Ela tem razão: quem põe suas iniciais em primeiro lugar estampam ali ante
todos que são os mais tontos da lista, não só porque perdem mais dinheiro e tempo
que os demais; também porque esses joguinhos tendem a deformar a mente. Ali, os
meninos tem que matar e destruir de forma incessante, e isso vai deixando impressões
que deformam sua visão da vida e repercutem em sua conduta. Fora os espantosos e
antinaturais sons que seus tímpanos tem que suportar durante horas. Pobres
meninos...
Eu, como um bom viciado em vídeo-game até certo ponto, tratei de explicar para
ele e Vinka acerca das emoções que se vivem ali.
- Tudo é questão de mundos, de ambientes. Disse o pequeno extraterrestre - . No
mundo dos ladrões, o mais ladrão é considerado como o mais inteligente; mas em
meu mundo é um tonto, igual aqueles que põe suas iniciais no topo dessas listas, e o
que se vive ali não são emoções, Pedro, senão simples atividade do ego.
Vinka aproximou-se e me abraçou com seus braços. Então senti que Ami tinha
razão, que o assunto dos vídeos era uma estupidez que não valia a pena sequer falar,
comparado com o que a presença de Vinka estava me produzindo.
- Essas sim são emoções – disse Ami.
E eu achei que ele estava certo, ainda que também pensei que é muito fácil
compreender isso quando o ser amado está presente, como Vinka nesse momento,
mas quando se está só e longe do amor...
- O amor sempre está perto – disse Ami – ainda que não tenhamos ninguém ao
nosso lado.
Eu pensei que isso soava muito bonito, e que de algum modo devia ser verdade,
mas disse-lhe que para mim era meio impossível ser feliz longe de Vinka. E ela
manifestou que lhe sucedia o mesmo.
- O que acontece é que quando estão sós, vocês fecham seus corações a magia da
vida, a maravilha que encerra cada instante, perdendo a chance de desfrutar a
existência. É como disseram: “Não quero ser feliz até que ele ou ela estejam ao meu
lado”... Não lhes parece tonto escolher a tristeza em lugar da alegria?
Vinka tinha outra visão do assunto:
- Não é coisa de escolher a tristeza; ela chega só quando o ser amado não está.
- Vocês escolhem que a tristeza “chega só” quando o ser amado não está... – disse
rindo - , enquanto que outras pessoas escolhem estar contentes sempre, a dois ou a
sós. Esses sim são sábios, não dependem de nada nem de ninguém para serem felizes,
não tem adições de nenhum tipo.
- Adições?
- Claro, porque depender demasiado da presença de outro ser, seja alma gêmea,
mamãe, filho, tia, amigo, gato ou verme favorito pode converter-se em uma adição, e
as adições escravizam, tiram a liberdade da alma, e sem liberdade na alma não pode
haver verdadeira felicidade.
- O amor é uma adição? – perguntei muito confundido.
- Não, mas depender de outra pessoa para ser feliz sim, isso é.
- Porém, assim é o amor, Ami – disse Vinka. Nosso amiguinho não estava de
acordo.
- Assim é o apego, a adição, a dependência. O verdadeiro amor é entregar, é ser
feliz com a felicidade do ser amado, sem obrigá-lo a estar do nosso lado todo o
tempo, sem nenhuma possessividade. Mas vocês são muito pequenos ainda para
compreender certas coisas ( e suspeito que muuuitos leitores também)...
Vinka era muito persistente e seu carinho por mim muito poderoso, assim que
ignorou as advertências do pequeno ser de branco referente o apego e disse:
- Ami, eu sei que sempre estamos unidos com Pedro, que podemos conectar-nos
alma com alma apesar da tremenda distância que nos separa, mas não é igual quando
estamos juntos pessoalmente. Quando há um carinho tão grande como o nosso se faz
necessário voltar, acariciar-se, conversar. Por isso lhe farei uma pergunta muito
importante: Existe alguma forma de não separarmos mais?
Meu coração incendiou-se de esperança por um segundo, mas Ami não olhou
com olhos quase tristes e suspirou com resignação.
- Não pensem nisso, meninos.
Ambos baixaram as vistas, desesperançados.
- Não os enganarei: é matematicamente impossível que vocês possam viver
unidos, totalmente impossível, pelo menos até que sejam adultos.
- Por que, Ami?
- Porque vocês são crianças ainda, por isso dependem de pessoas maiores. E para
viverem unidos, um de vocês dois teriam que abandonar definitivamente seu mundo
para ficar no planeta do outro, não?
- Claro.
- E para que eu possa efetuar esse translado, as Autoridades Galácticas me exigem
a autorização da pessoa ou pessoas que sejam responsáveis pela criança que vai
mudar de mundo.
- Ehhh, as autoridades de cima são tão burocráticas quanto as de baixo... –
protestei.
- “Como é acima é abaixo” diz um axioma, e é verdade, mas há algumas
diferenças. Em seus mundos só contam os documentos, enquanto que “acima” conta
mais o amor. As Autoridades Galácticas consideram “responsáveis” por uma criança
quem mais o ame, independentemente de sobrenomes, sangue ou papeis.
- Ahhh... Isso é muito mais justo...
- Em teu caso, Pedro, seria tua avó quem teria que autorizar-te.
- E meu primo Victor?
- Ele não, porque não lhe tem o carinho necessário.
- Não é novidade – disse, porque não nos damos.
- E em meu caso, Ami? – perguntou Vinka.
- Seria tua tia Clorka, mas como ela casou com Goro, e como ele sente muito
carinho por ti, resulta que seu novo tio também teria que dar sua autorização. Crêem
que poderiam obter essas permissões?
Ao escutá-lo, o animo desceu aos pés. Ter que convencer toda essa gente... Mas
logo recordei que bastava com que um só de nós obtivesse a autorização.
- Só uma permissão é necessária, Ami – disse, tratando de ser otimista.
- E se Vinka não puder conseguir a sua, poderia você ir viver em Kía?
Angustiei-me porque imediatamente compreendi que eu não poderia deixar
sozinha minha avozinha, ainda que ela me desse a autorização. Amava-lhe muito e
isso me causaria dor. Mas Vinka estava mais entusiasmada.
- Eu creio que minha tia não teria nenhum problema em deixar-me partir, porque
desde que se casou nem se lembra que eu existo, e meu novo tio, bom, isso é mais
difícil. Tio Goro é apegado para com seu sentido de responsabilidade. E apegou-se
comigo, disse que quer presentear-me com uma educação formal, moral e coisas
assim. Vigia meus estudos e meus horários muitíssimo mais que tia Clorka. Talvez se
não lhe explicasse toda a verdade...
- Teriam que saber toda a verdade, Vinka. Trata-se de afetos, de amor, e o que
dissemos que é o Amor?...
- O Amor é Deus! – respondemos alegres, recordando suas lições anteriores.
- Muito bem. Então se darão conta de que nos domínios de Deus não pode haver
desonestidade, assim que essa autorização deve ser obtida de forma muito limpa. E já
que vocês se amam lhes adianto que menos ainda pode haver incorreções em um
casal, porque só de cometer uma ação indevida, esse amor deixa de ser sagrado.
Quando o amor é manchado com falsidades, enganos ou traições, Deus se retira e
deixa de entregar a magia, a graça que brinda felicidade.
Nos observou com um olhar cúmplice:
- Suponho que já se deram conta de que o amor produz felicidade, não?
Olhamo-nos, sorrimos e dissemos que isto é uma grande verdade.
- Porém, basta qualquer mentira, qualquer engano ou ocultamento, e uma relação
que foi maravilhosa se transforma em algo vulgar, cheio de brigas e insatisfações. As
reparações são difíceis e deixam marcas. Esse é o resultado de combinar a
desonestidade com o amor, quer dizer, “sujar Deus”.
- Continuando...
- Lamentavelmente, nem sempre os humanos recordam que o amor é um dom
divino, que é a mágica presença de Deus em suas vidas, e que se deve respeitar e
cuidar.
Eu não havia visto isso com tanta claridade até aquele momento (tão pouco se
ensina na escola)... por isso agradeci silenciosamente a Deus por sua presença em
nossas vidas e decidi não ser jamais desonesto com Vinka, para não “sujar Deus”, e
para não perder a felicidade que nosso carinho nos brindava.
- Creio que isso, eu o intuía, Ami. Mas voltando ao tema da autorização, não
posso explicar-lhe a meu tio que vou a outro mundo com um ser de outro planeta...
Ele está firmemente convencido de que só em Kía há vida inteligente.
- “Semi-inteligente”, dizendo melhor, igual à Terra. Onde há verdadeira
inteligência não tem sofrimento – disse Ami sorrindo.
Eu estava mais interessado em nossos problemas.
- Teremos que tentar convencer ao tio de Vinka, não há outro caminho – disse
com firmeza.
- É inútil, Pedro. Antes de vir lhe fiz um estudo psicológico com a ajuda de um
computador muito avançado, e o resultado afirma que é im-pos-sí-vel que Goro vá
conceder a autorização. Fechar-se-á como uma mula.
- Não me interessa saber que é uma mula, mas temos que tentar... ou morrer –
manifestou Vinka, abraçando-me entre lágrimas... as que fizeram aflorar as minhas...
- Ou morreremos juntos! – disse, com grande veemência e emoção.
- Que telenovela! – exclamou Ami entre risos – Mas em realidade estão dispostos
a lutar dessa forma? – perguntou.
- Totalmente! – respondemos.
- Bom, isso muda um pouco as coisas, porque quando duas pessoas que se amam
se decidem a lutar, ali gera uma força muito poderosa... é a força do Amor...
Começamos a ver uma pequena luz em nossas almas.
- Os estudos científicos afirmam que é impossível que Goro vá ceder, mas agora
que sei que estão decididos a ir para a batalha, “a morte”, como tão dramaticamente
afirmam, então lutaremos a fundo. Os dados científicos podem menos que o que
move as galáxias, e esse Ser é alcançado pela nossa fé, e me parece que vocês a tem,
porque o amor é a mais elevada forma de fé...
Escutar aquelas palavras nos fez elevar de alegria e esperança.
- Seguramente a temos!
- Bom, magnífico, isso nos brinda uma pequena possibilidade. Não será nada
fácil, não se iludam demasiado pensando que será simples ou rápido, mas lutaremos –
disse, acomodando-se atrás dos controles, e a nave começou a mover-se, então nos
olhou com grande entusiasmo e exclamou:
- Vamos a convencer ao tio de Vinka, amigos!
- Vamos!
Começamos a rir de alegria e ilusão.
Atrás dos vidros apareceu a neblina branca que indicava que estávamos saindo da
dimensão espaço-tempo que é habitual para nós, e isso significava que íamos muito
longe.
- Nave espacial com rumo a Kía, não há naves inimigas a vista - brincou Ami,
falando como através de um microfone -. Eu também tenho visto esses filmes –
completou.
- Vamos para a casa de Vinka, verdade?
- Deixaremos o difícil para depois. Primeiro vamos visitar Krato e logo veremos
esse feio e difícil assunto.
- Viva! – exclamei contente, porque o velho Krato era muito divertido e eu havia
chegado a sentir um grande afeto por ele.
Vinka também estava feliz.
- Que bom! Voltar a ver Krato, e seu animal chamado Trask...
Referia-se a uma espécie de “cão” muito grande que tinha o velho, e que mais
parecia um avestruz de pescoço muito longo e cara de gato, mas com lã no lugar de
pelos. Então lembrei que Vinka, igual à todos em Kía, comia carne de uns simpáticos
animaizinhos aquáticos, terrestres e voadores chamados garábolos, e lhe fiz uma
brincadeira.
- Porém, não irá me fazer comer carne de garábolo, como fazem umas e outras...
OUTRAS!... – disse olhando-a de forma acusadora. Ela riu e logo me olhou da
mesma maneira enquanto dizia:
- Outras que não são tão sádicas como para comer... Como se chama esses belos
animaizinhos que vocês comem?
- Cordeiros, mas não voltei a fazê-lo todo esse tempo.
- Já não comes carne, Pedrinho? Fabuloso! – exclamou Ami.
- Istoo... Bom, tanto como não comer nada de...
- Nada de pedaços de animal morto? – perguntou rindo o menino das estrelas.
Vinka quis defender-se.
- Minha tia Clorka não sabe preparar comida vegetariana, e menos agora que se
casou com um terri que come só carne e que...
Eu fiquei petrificado ao escutar aquilo.
- QUE?!... TEU TIO É UM... TERRI?!...
- Claro, Pedro...
- Isso quer dizer que teremos que convencer... A UM TERRI?! – exclamei, cheio
de terror e surpresa. Temor porque para mim, os gloriosos terris eram mais bestas que
humanos. Como íamos convencê-lo? Era surpresa porque pensava que as duas
espécies humanas de Kía, os swamas, como Vinka, e por outro lado os gigantescos e
peludos terris eram espécies inimigas e incompatíveis, e agora me falavam de
matrimonio entre elas... e nada menos que familiares de Vinka...
- Em Kía existem muitos matrimônios entre swamas e terris – explicou-me Ami.
- Eu pensava que eram inimigos mortais...
- E somos, mas a nível de espécies humanas.
Ami esclareceu aquilo:
- É como se fossem países rivais. As vezes o amor pode mais que os rancores e se
formam casais desses países.
- Correto. A nível pessoal nos toleramos às vezes, chegando a surgir amizade,
carinho e amor em alguns casos. Por isso há uns quantos matrimônios entre terris e
swamas.
Compreendi que era similar ao que sucedia em meu mundo, em alguns países,
onde existem conflitos raciais, mas aqui somos todos da mesma espécie, lá não...
- E os filhos, como são?... Se é que podem ter filhos, claro...
- Sim, podem, e as vezes nascem swamas, e as vezes terris...
Minha surpresa aumentava.
- Então há senhoras terris que tem filhos swamas?!...
Vinka me explicou as estranhas coisas de seu mundo como se fossem muito
normais.
- Naturalmente, Pedrinho. Eu mesma sou o produto de um desses matrimônios,
porque minha mãe era swama, enquanto que meu pai era terri, mas eles faleceram em
uma guerra quando eu era bebe e tia Clorka adotou-me, ela é swama e acaba de casarse
com um terri. Está loucamente enamorada e já nem se lembra de mim e nem
sequer me...
Minha confusão crescia e crescia. Ami tinha cara de estar divertindo-se muito nas
minhas costas, porém, permanecia quietinho observando-nos.
- Espera um pouco, Vinka – interrompi-lhe.
- O que é, Pedrinho?
- Escutei mal ou você disse que teu pai era ... TERRI?...
- Claro, disse isso sim – respondeu tão tranqüila, olhando-me com aqueles belos
olhos cor violeta cheios de inocência.
- E RECONHECE ABERTAMENTE!... Isso quer dizer então que, você é meio...
terri...
- Não. Sou filha de pai terri, mas não sou terri, sou swama, graças a Deus.
- Ah, não. Isso não é possível. Lá na Terra não se pode cruzar os gorilas com os
humanos.
- Porque são espécies diferentes, Pedro – esclareceu Ami.
- E swamas com terris não são duas espécies distintas?
- Não – continuou ele -, em Kía existe uma só espécie humana: a formada por
swamas e terris.
- Que?! Na viagem anterior não mencionaste isso... – disse confundido.
- Está certo. Naquele momento eu não podia tocar nesse assunto porque ainda não
começavam as transformações. E com o “grande carinho” que vocês tem, a senhorita
swama aqui presente, me haveria explodido se dissesse que swamas e terris são a
mesma espécie...
Vinka riu.
- Creio que de verdade haveria feito...
- Que transformações? – perguntei.
- Que alguns terris estão transformando-se em swamas – disse Vinka.
- É sério?
Ami digitou algo no teclado, e em uma tela pudemos observar a metamorfose de
uma lagarta em uma borboleta.
- É algo semelhante a isso. Aos terris que estão transformando-se, lhes amolecem
um pouco os ossos e diminuem de tamanho. Os enormes dentes caem, e lhes saem
outros menores muito rapidamente. Perdem os pelos verdes do corpo, e os da cabeça
se tornam rosados, as orelhas ficam pontiagudas e os olhos cor violeta. E lhes
produzem muitas outras mudanças externas e internas. É toda uma extraordinária
metamorfose em só dois ou três dias. Também, deixam de ser terris no pensar e no
sentir, que é o importante do assunto.
- E se convertem em swamas, os seres humanos – disse Vinka.
- O mesmo está sucedendo na Terra, mas lá não se nota tanto por fora... –
completou Ami sorrindo.
Ami continuou explicando:
- Por isso, os terris se têm acalmado bastante nestes últimos tempos, a partir do
dia em que um terri muito importante e poderoso se transformou em swama. Devido
a isso e às evidências científicas houve uma mudança nas leis e agora começam a
aceitar alguns swamas em cargos importantes. Nos colégios e outros lugares já não
tem tanta divisão como antes. E por outro lado, também terminou a eterna guerra
entre terris wacos contra terris zumbos. Agora existe mais paz.
Vinka interveio:
- Sim, mas também ficou pior a coisa, porque encheu de furiosos terroristas de
muitos bandos e andam matando e pondo bombas por todas as partes, e como temos
um maior nível tecnológico, as bombas são cada vez mais fáceis de construir. Não sei
aonde vamos parar...
Eu estava muito surpreendido pelo que escutava.
- Na Terra está terminando um antagonismo muito longo e doloroso entre duas
potências rivais, mas também há muito terrorismo. Mais paz por um lado, mais
violência por outro... A que se devem tudo isso? – perguntei.
- Já lhes expliquei que a Terra e Kía atravessam por processos evolutivos
semelhantes, aproximam-se a um estado bioenergético superior e começam a irradiar
energias mais finas, que influem sobre as espécies que o habitam. Estas novas
energias aceleram a evolução, e creio haver-lhes dito que evolução significa...
Recordam o que significa evolução?
- Evolução significa aproximar-se do amor! – respondemos alegres, recordando
suas lições do primeiro encontro. Esse esclarecedor conceito também foi uma Luz
para minha compreensão da vida, e tampouco me ensinaram isto na escola, claro...
- Correto. É por isso que estas novas energias favorecem a claridade de
consciência e as expressões humanas mais elevadas, como a paz e a união.
- Isso não se nota muito ainda... – disse, ao lembrar o terrorismo e outras coisas.
- Já se está notando, justamente porque os processos evolutivos se têm acelerado.
Antes, as pessoas eram mais insensível, agora um pouco mais sensitiva e mais
consciente. Isso faz com que todo aquele que seja desonesto, todo aquele que vai
contra o Amor se debilite, seja mais mal visto, menos tolerado, cada vez mais
castigado inclusive, já seja pelas leis humanas ou universais. É toda uma evolução,
um aumento de consciência, de claridade e de amor, é uma mudança gradual, mas
rápida e sustentada, para uma forma superior de civilização.
As palavras de Ami me deram a impressão de que insinuavam que já não havia
nada mais que fazer, que aproximava-se um Ofir, um Paraíso na Terra, que nossos
mundos estavam salvos, mas ele percebeu meus pensamentos.
- Não tão rápido, jovenzinho, porque assim como a consciência e o amor vão
aumentando, assim como um novo mundo vai nascendo, sobre tudo nos corações e
nas mentes, assim também há um mundo que está morrendo, também nas mentes e
corações, e que não quer ir-se, e sabe o perigo de morte, mas ainda tem
MUITÍSSIMO PODER...
Olhou-nos de uma forma que não anunciava nada bom.
- Querem conhecer o Tirano do Mundo? – completou.
- Ao tirano de qual mundo?
- Da Terra ou Kía, no fundo é o mesmo. As “civilizações”... se é que se pode
chamar assim... de ambos planetas estão regidas por um ser que é igual em ambos os
casos.
- O Tirano do Mundo!... Não sabia que a Terra tinha um... – disse.
- Em Kía não há um Tirano do Mundo, senão um Presidente em cada país...
- Te equivocas Vinka, ele existe sim. Olhem para aquela tela.
Mostrou uma grande lamina de cristal transparente localizada em um lado, uma
que eu havia pensado ser um simples adorno.
- Irão ver uma representação arquetípica de certo ser.
- Representação o que? – perguntou Vinka.
- Arquetípica. Não sabem o que é um arquétipo?
- Um tipo que é arqueiro? – disse. Ami riu.
- Bom, não importa, depois o compreenderão. Só recordem que o senhor que
verão não tem essa aparência, mas assim o visualiza ou imagina a maioria das
pessoas, ainda que em realidade se trata de forças, de energias não muito elevadas.
Vejam.
Começou a surgir uma figura humana muito magra e alta. Usava uma capa
vermelha, longa até o chão. Estava de costas, por isso não vi seu rosto. Parecia
caminhar retirando-se, mas a “câmera”, ou o que fosse, o seguia de perto. De repente
voltou-se bruscamente para nós e nos olhou muito fixo e com cara de poucos amigos,
como se nos houvesse surpreendido espiando-lhe. Quase desmaiei, ele se vestia todo
de preto por baixo da capa vermelha e... era horrível! Aquele olhar pavorosamente
penetrante parecia encerrar a maldade e crueldade mais perversa que é possível
imaginar. A parte branca de seus olhos era vermelha... e suas mãos tinham horríveis
garras...
Vinka deu um pequeno grito e saiu correndo aterrorizada para o recinto posterior.
- Desliga isso Ami, esse é o Drácula! – quase gritei.
- Não, esse é o Tirano do Mundo – respondeu rindo e desligou aquela tela
infernal.
- Ufa... menos mal. Vem Vinka, já se foi.
- ...Certeza?
- Certeza Vinka, aliás, não tem porque temer. O arquétipo não estava realmente
aqui. Era simplesmente uma projeção de uma representação inconsciente coletiva.
- Porém, olhou-me direto nos olhos! – disse.
- É que ele estava olhando para a “câmera” – disse entre risos.
- Como é isso de Tirando do Mundo? Eu não sabia que existia – disse Vinka,
regressando à sala de comandos – Onde vive?
- Existe no fundo da consciência de todas as pessoas.
Vinka alarmou-se.
- Esse monstro vive dentro de mim?
- Dentro da gente existe de tudo, Vinka. De tudo! Desde Deus Amor até a
maldade mais perversa, porém é coisa de cada qual, de acordo com seu nível,
expressar em sua vida o horrível ou o sublime, que tem dentro de si.
Compreendi que ele tinha razão, porque a mim mesmo às vezes da vontade de
apagar do mapa a alguns (já mencionados)... Porém, só vontade, embora outros vão e
o fazem. Esses estão menos perto de Deus Amor e mais perto do Tirano.
Vinka quis saber a que se dedica esse ser.
- Esse personagem trata de dirigir, desde as sombras, desde os rincões mais
escuros da consciência de quem os servem, os poderes de vossos mundos. Ele utiliza
as pessoas inconscientes a seu favor, pondo-as em lugares de autoridade para que
sirvam a seus fins.
- Quer dizer que todos os dirigentes de nossos mundos são governados por ele?
- Não, claro que não, Vinka. Muita gente está motivada pelo bem e se sente
responsável pelos demais, por seu mundo, por seu país ou povo, e trata de conseguir
alguma situação de poder para ajudar a melhorar as coisas, para ensinar o que é
verdade ou inclusive para impedir a desonestidade, e então o Tirano lança seu poder
encima deles para tratar de destruí-los.
- É um pestinha de menino esse...
- Por isso não é fácil o trabalho de gente honesta. Além disso, quem se atreve a
fazer algo bom, algo que de alguma maneira afete os interesses do Tirano e que
produza mudanças de verdade? Esses são minoria. Porém, se não fosse por eles, faz
tempo que a vida humana não existiria, porque não haveria nenhuma barreira contra o
mal.
- Eu imagino... E porque alguns se deixam dominar por ele?
- Eles não sabem que seus pensamentos e ambições estão sugeridos por ele. É
como se estivessem “possuídos” por aquilo que impulsiona e provocam as guerras, os
crimes políticos, o terrorismo, o fanatismo, a intolerância, o delito, a corrupção dos
Governos, os prejuízos e até a manipulação econômica de umas nações ou grupos
endinheirados sobre o resto.
- E por que faz isso, Ami?
- O objetivo desse personagem é um só: impedir a felicidade do mundo.
- Ah... Por isso tem tantos desastres – disse Vinka.
Para mim, as coisas não estão tão claras.
- Não entendo Ami. Para que quer que não haja felicidade?
- Pelo mesmo motivo que os micróbios não querem que chegue o desinfetante.
- Não compreendo...
- A felicidade nasce do Amor, e o Amor é a Luz dos mundos...
- E?...
- E assim como existem micróbios e animaizinhos que morrem com a luz, assim
mesmo esse senhor só pode viver em meio das sombras. Compreendem?
- Mais ou menos...
- Trata-se de energias, meninos. Quando a gente é feliz irradia energias altas,
quando é infeliz gera energias ou vibrações baixas. As criaturas das sombras não
podem suportar as vibrações altas, assim como um vampiro não suporta a luz do sol,
o Tirano não pode permitir que o mundo se encha de energias elevadas porque isso o
mataria. Compreendem agora?
- Sim. Então o Tirano só pode viver quando há infelicidade no mundo, por isso se
encarrega de lançar más vibrações em seus domínios.
- Assim é, Pedrinho, mas não são seus domínios na realidade. O Tirano é um
invasor, como os ratos em uma casa, como uma infecção. Esse usurpador está no
comando enquanto não chegue o verdadeiro governante: o Rei do Mundo, e o Tirano
sabe, por isso faz o impossível para evitar que chegue, e como ultimamente há um
forte aumento da Luz, também há uma forte reação de auto-proteção da parte das
sombras. Por isso estamos vendo coisas muito belas e muito terríveis ao mesmo
tempo. É uma guerra nos planos sutis, dentro das almas, ali começa, e logo se
manifesta no mundo. Compreendem?
- Sim. E seria então o Rei do Mundo?
- O verdadeiro Rei é o mesmo que rege o Universo inteiro: o Amor, Deus Amor.
- E por que, se o Amor rege todo o Universo, permite que em nossos planetas
reine essa besta?
- Isso Deus não permite, vocês o fazem.
- Nós?
- Sim, já lhes disse que Deus respeita a liberdade das pessoas e das humanidades
de todos os mundos. Ele mal governa em seus planetas e no interior de muitas
pessoas, dentro de vocês mesmos em muitas ocasiões, porque vocês o permitem.
- Creio que tens razão, Ami. Nós somos indiferentes e acomodados, e com esse
tipo no comando sem obstáculos, então adeus esperanças de um Ofir na Terra.
- Porém, toda força tem seu oposto – disse Ami, com um sorriso que fazia esperar
algo bom desta vez. Manipulou novamente o painel de controle. Agora, na mesma
lamina de cristal, surgiu uma figura branca, um jovem de cabelos ondulados, sorrindo
alegre e uma resplandecente espada de ouro entre suas mãos.
- Que divino! – manifestou Vinka, em tanto extasiada.
- Aí tem o representante de Deus que vencerá o invasor – disse Ami com
entusiasmo.
- Isso que dizer que esse jovem irá matar “Drácula”?
- Digamos melhor, que uma energia superará a outra, e repito que isso é algo que
sucederá primeiramente dentro dos corações, e logo repercutirá no mundo. Isso já
está plasmado nos registros do além tempo, não se pode evitar. O problema é quando,
como e a que preço.
- Poderia explicar melhor, Ami?
- Para que o processo evolutivo para fazer uma civilização mais benigna seja mais
suave, rápido e menos doloroso, vocês trabalham nas missões em que estão,
igualmente a tantos outros servidores. Portanto, no momento não se sabe como irá
terminar tudo isso. Embora haja sinais encorajadores.
- Como quais?
- Já lhes disse: cada dia há mais seres, alguns muito importantes e influentes, que
servem ao bem, a Luz. O Tirano perde terreno dia após dia, e como é natural, resiste à
mudança e trata de prolongar seu domínio, mas já se dá conta de que não pode
dominar um mundo de seres conscientes, assim trata de provocar tudo aquilo que
nuble a claridade mental.
- É um animal! – exclamou Vinka enojada.
- Não seja ofensiva, controla-te – disse-lhe Ami.
- Desculpas, é que me da raiva...
- Mas isso não lhe da o direito de ofender os animaizinhos, que não fazem
nenhum dano, comparado com esse canalha... Há, há, há!
Lembrei que Ami uma vez havia dito que ninguém é totalmente mau, e eu lhe
disse isso.
- Eu falei de seres humanos, Pedro, não desse tipo de entidade. A esse espécime
não lhe importa nada o futuro da humanidade, ao contrário, já lhes disse que seu
objetivo é impedir a chegada da Luz, por isso trata de difundir por todos os meios a
arma mais mortal, mais destrutiva e mais paralisante de todas. Essa arma gera a
escuridão mais espessa sobre as pessoas e sobre o mundo, as energias e vibrações
mais baixas.
- Qual é essa arma, Ami? – perguntamos, cheio de assombro.
- AS DROGAS... – respondeu, olhando-nos muito fixamente nos olhos.
Resultou-nos terrível essa palavra nos lábios de Ami.
- Com uma juventude drogada, o futuro poderia chegar a ficar dominado por seres
manipulados pelo inimigo da humanidade, porque quando uma pessoa está drogada
ou embriagada, sua inteligência se nubla e seus sentimentos ficam bloqueados, então
se conecta com as piores dimensões de si mesma, e ali o Tirano pode manipular a seu
capricho. É por isso que as pessoas que estão nesse estado podem cometer ações
espantosas.
Estremecemo-nos.
- As pobres vítimas de um vício tão poderoso se transformam em um potente foco
de irradiação de energias negativas, quer dizer, justamente o que convém ao Tirano,
porque quanto maior obscuridade haja no mundo, mais seguramente estará ele
dominando.
- Claro...
- E outra forma de “drogar” as pessoas é fazê-las lutar com violência e
desonestidade por ideais egoístas.
- Como quais?
- Tem gente cuja única motivação são elas mesmas, ou sua família, seus filhos.
- E isso é ruim?
- Não, ao contrário, nossos seres queridos devem ser cuidados e protegidos,
naturalmente.
- Então onde está o mal?
- Na palavrinha “única”. Porque até as feras defendem suas crias, isso deve ser
feito sim ou sim, e não há um grande mérito em fazê-lo, porque seria abominável não
fazê-lo, porém, e os demais?...
- Compreendo.
- É o mesmo com pequenas ou grandes entidades ou grupos. O Tirano faz
acreditar a alguns que o “único” importante é defender seu “bando”, chame-se grupo
racial ou étnico, nacionalidade, religião, classe social, clube desportivo, partido
político, grupo ideológico ou espiritual, empresa comercial, máfia, povo, bairro,
cidade, esquina, etc.
- Gosto muito da minha equipe desportiva, Ami, e fico muito contente quando
está ganhando, inclusive queria ficar sócio e contribuir para que tenham mais
dinheiro e possa contratar melhores jogadores. É ruim isso? – perguntei.
- Não, Pedro. É bom desejar o bem do que escolhemos como nosso e trabalhar
pelo seu melhoramento, isso é necessário inclusive, porque as coisas que amamos são
uma parte de nós mesmos.
- Ah, menos mal...
- Mas quando se pensa que isso é o “único” que conta, então não há respeito nem
amor pelo resto, senão indiferença ou algo pior, como o ódio, a violência e a
desonestidade, e essa é o sinal de que ali estão metidas as patas do Tirano, que busca
a divisão, a agressão, a falta de solidariedade e afeto entre os seres humanos.
- Claro... Então parece que o Tirano também está em mim, porque desejo que a
equipe rival perca...
Ami começou a rir.
- Isso é normal, é parte da competitividade. Mas, seja sincero Pedrinho. Gostaria
que essa equipe desaparecesse para sempre?
Eu me imaginei em um torneio sem a presença do “inimigo”, e senti uma espécie
de solidão, porque tenho vários amigos daquele grupo. De quem iria rir quando
estivéssemos no alto da tabela de posições? Com quem iriam jogar, o que me
enfurecia, quando eles ganhavam? Então compreendi que essa equipe era uma grande
fonte de emoções para mim, e que sem sua presença, o torneio iria ser muito sem
sabor.
- Tens razão. Não gostaria que não estivessem mais... Porém, que sejam mais
limpos! E que não se exibam tanto quando ganharem!...
Ami e Vinka se riram de mim.
- Esse é um sinal de que não estás sob a influência do Tirano.
- O que, como, Ami?
- Quando deseja eliminar definitivamente ao rival, então se está sob da influência
da obscuridade. As ganas de destruir ao outro, com as desculpas e justificativas que
sejam, é o sinal da influência do Tirano.
- Ahhh.
- Nós, lá de cima, não utilizamos da competitividade, senão da cooperação. Mas
nesta classe de mundos, as rivalidades quando são boas, são um estímulo aceitável,
pois, canalizam em forma menos daninha que as guerras, certas energias internas.
Porém, o Tirano trata de meter-se nesse terreno e faz crer a alguns que suas
preferências desportivas ou de outro tipo, devem ser motivo de ódio para o rival, e
lhes pintam esses ódios com “causas sagradas”, como “nobres ideais” e às vezes
alguns chegam ao homicídio... E o que a humanidade necessita nesses momentos,
sobre tudo, é a pacificação e fraternidade.
- Tem razão, Ami.
- O Tirano tem muita astúcia, e volto a repetir que trabalha em primeiro lugar nas
mentes e nos corações. Ali se encarrega de confundir as pessoas.
- Então deveríamos nos unir contra seus sequazes e fazer-lhes guerra e... Ah, não,
agora recordo que se trata de ensinar...
Ami riu novamente.
- Claro, porque um “trabalhador pela paz e amor” cheio de ódio... Outra vitima do
Tirano... Trata-se primeiro de mudar nós mesmos, de sermos melhores, mais
honestos, respeitosos e afetuosos, e logo projetar essa mudança para fora, educando e
difundindo valores positivos, energias e conhecimentos que ajudem a mudança de
consciência, para que aja cada vez menos servidores da obscuridade e chegue o dia
em que o “lobo” não tenha já a quem morder, a quem manipular, e assim se produza a
mudança definitiva da humanidade.
- Os lobos são esses animais da Terra parecidos aos Chug de Kía, mas com pelos
em vez de plumas. Verdade, Ami?
- Tem razão, Vinka.
- Então não ofenda aos pobres lobos, Ami.
Olhou-nos surpreendido, com os olhos muito abertos, como dizendo “sou um
tonto”, porque ele também havia comparado um animalzinho com as entidades das
sombras, e nós riamos muitíssimo. Ele também cometia erros, isso nos fazia sentirlhe
mais perto de nós.
Atrás dos cristais surgiu muito grande o planeta de minha companheira. Um
pouco mais tarde submergimo-nos na enorme esfera azul, tão parecida com a da
Terra, chamada Kía... (Oh, oh... só agora me dou conta de que “Kía” ao contrário soa
igual a “aqui”... Mas que coincidência tão sem intenção)...
Vinka começou a pensar em voz alta.
- Meu mundo é muito lindo, mas o deixaria feliz. Meu amor por Pedro é muito
mais forte.
Eu fui dar-lhe um beijo na bochecha.
- A possibilidade de deixar teu planeta e ir para a Terra depende de Goro, teu tio
terri, que é muito menos agradável que este Kíano que vemos na tala.
Em um dos monitores surgia o velho Krato passeando em sua horta com cara de
estar um pouco triste. Alegrei-me ao vê-lo. Vestia sua túnica ou manto cinza. Parecia
um personagem bíblico, ainda que de santo não tivesse nada...
Em uns minutos chegamos a sua casa e nos detivemos no ar, no mesmo lugar da
visita anterior. A luz do painel apagada indicava que éramos invisíveis, mas os
animais do lugar, como antes, de algum modo perceberam nossa presença e se
alteraram, fato que indicou a Krato que seu amigo espacial estava ali novamente, em
uma invisível nave. Seu rosto mudou por completo, agora parecia brilhar e estava
muito mais avermelhado. Saudou muito alegre para nós com sua mão. Já conhecia o
lugar que Ami iria deixar sua nave suspendida no ar. Tão logo chegamos a seu lado,
abraçamo-nos felizes pelo reencontro. Trask balançava alegre seu longo pescoço
enquanto nos lambia uivando de emoção, como os cães terrestres. Nós estávamos
iguais a ele, ainda que não sejamos tão demonstrativos...
Ami pôs o fone tradutor no velho, embora este falasse com entusiasmo:
- Eu senti muita falta de vocês, crianças, assim que decidi que vivessem comigo
de forma permanente. Eu arranjei um lugar para cada um em minha mesa e agora
conversamos todas as noites. Ho, ho, ho! Venham ver – disse, levando-nos ao interior
de sua casa. Eu não compreendi que quis dizer.
Nos mostrou sua mesa. Era redonda, uma enorme fatia de um grande tronco de
árvore toscamente cortada, ainda que polida já pelo uso, instalada sobre patas de
madeira rústica. Havia quatro assentos, quatro pratos, quatro copos e quatro jogos de
talheres, três deles cheios de pó.
- Vem? Este é teu lugar, Ami, frente a mim, dos meninos são dos lados. Esta
preciosidade chamada Vinka, a minha direita, e este campeão chamado “Betro”, a
minha esquerda. Que conversações interessantes temos desfrutado aqui, ao calor de
uma garrafa de suco fermentado. Ho, ho, ho! Mas como Vinka ficava aborrecida com
a fumaça de meu cachimbo, tive que deixar de fumar, ou se não me expulsava de
minha própria cabana. Ho, ho, ho!
Aquilo me comoveu. Compreendi que Krato, por carinho a nós e para esconder
sua solidão, imaginava que vivíamos com ele e falava sozinho todas as noites
fantasiando que estávamos ali. Observei uma úmida emoção nos olhares de Ami e de
Vinka. Eu estava igual. E pensar que muitas vezes havia perguntado a mim mesmo se
Krato se lembraria de nós...
Quando Vinka pode controlar seus sentimentos, disse-lhe:
- Não é brincadeira no caso da fumaça do pestozo (assim se chama em Kía, o
equivalente a tabaco), não o suporto! Mas como ficou sabendo?
- Simples poderes extra-sensoriais. Ho, ho, ho!
Ami, com um tom misterioso disse:
- Talvez sim, que reuníamos com ele...
- Da mesma forma que Pedrinho e eu nos encontrávamos pelas noites?
- Correto! Algo assim, ainda que agora não possamos recordar.
Eu quis alegrar ao velho. Muito entusiasmado lhe disse:
- Sabe Krato? Tens ficado muito famosos em meu mundo.
- Guak! É sério?...
- Claro!
- E por qual de todas as minhas façanhas? Ho, ho, ho!
- Por teu pergaminho, por tua receita para obter amor. Recordas? Muitos jovens
fizeram reproduções dele e as difundiram, fixando-lhes nos painéis de mensagens dos
colégios, em revistas, jornais privados e em muitos outros lugares.
Observei-lhe sério pela primeira vez em minha vida. Olhou-me fixamente
comovido.
- É verdade... isso... snif?
- Pergunta para Ami. Adicionei-o em um livro que escrevi depois de lhe conhecer
e já teve muito êxito em vários idiomas.
Krato, incrédulo olhou para Ami.
- É verdade – disse-lhe este.
- E também ficaste famoso aqui mesmo, em Kía, porque eu, assim como Pedro,
pus tua mensagem em meu livro e também teve um grande êxito. E o terceiro livro
que irei fazer indicará exatamente onde vives, assim que irá receber muitas visitas –
disse Vinka muito contente.
Uma sombra passou pelo olhar do velho.
- Oh, não!
- Que é que não gosta? – lhe perguntei, estranhando.
- Se quisesse visitas viveria na cidade...
Ami olhou-o com malícia.
- Do que quer esconder-te, Krato?...
O velho deu um salto.
- Esconder-me?... Eu?... há, há. Não me escondo de nada. Faz-me bem a solidão...
– ficando muito nervoso.
- Se gostasse da solidão não inventaria a nossa companhia, velho mentiroso – lhe
disse Ami sorrindo, pegando-lhe o braço com carinho – De que quer esconder-te?...
- Eu? Já lhe disse que de nada...
- Não esqueça que eu leio o pensamento e que conheço bem suas histórias,
Krato...
- Hã?... Ah! Oh!... Eu esqueci isto. Então já sabe!... e não menospreza-me.
Obrigado Ami... Mas não diga nada para as crianças!
Ami ria muito, ainda que nós estivéssemos muito intrigados.
- Não quer que eles saibam?
Krato ficava cada vez mais nervoso.
- Melhor... melhor falarmos de outro assunto. Que... que tal a viajem, meninos?...
Infelizmente para Krato, Vinka não tinha a menor intenção de mudar de assunto.
- Ah, não! Não vai me deixar morrendo de curiosidade, Krato. Que queres
ocultar? Mataste a alguém? Assaltaste um banco? Fugiste de uma prisão?
- Que coisas está dizendo, pequeninha... Nunca fui capaz de fazer nada ilegal.
Mas estas coisas não são de crianças! Vamos, vão jogar por aí – disse, tentando fazer
um tom autoritário que não convencia a ninguém, e menos ainda a Vinka, que tinha a
curiosidade em carne viva, igual eu.
- Que maldade fez? Vamos, conta, conta, vai...
- Eu?... Nenhuma...
- Conta-lhes querido amigo, eles não irão perder o afeto por algo de que não foi
culpado.
- M-mas... Não irão entender, ninguém compreenderia...
- O que acontece é que tu és um velho desinformado, jamais ficas sabendo das
notícias.
- As notícias? Bahhh! Não, obrigado, não quero amargar-me a vida. Com minha
maravilhosa horta, com minha adega de suco fermentado de “muflos” e com estas
paisagens me basta e sobra.
- Pode ser, mas ignoras o que sucede no mundo.
- Puaf! Conflitos, guerras, mortes, escândalos, corrupção, enfermidades novas. O
de sempre...
- Sim, e também processos biológicos que se estão acelerando, como o que está
fazendo com que milhares de terris transformem-se em swamas nestes dias – disse
Ami, adotando um ar de menino inocente, mas Krato deu um salto impressionante ao
escutar essa novidade.
- Conta de novo, guak!!!
- Não sabe nada acerca do assunto mais importante do momento, Krato? –
perguntou Vinka muito surpreendida, quase sem poder acreditar.
- Me... me estão arrancando o pelo?
Ami desfrutava da bela cena que ocorria ali.
- Não viajamos milhões de quilômetros para tirar-lhe o pelo, senão para visitarlhe
e de passagem contar-lhe que a ciência acaba de descobrir que swamas e terris são
a mesma espécie humana, em uma encarnação e outra... como lhe sucedeu nesta
mesma...
- És um terri transformado!!! – exclamou Vinka, com uma luz em seu olhar – Que
sorte, sempre quis conhecer uma pessoa assim!
Krato parecia estar em outro mundo (bom, e estava: em Kía)... nos olhava sem
saber que dizer. Não esperava que seu “terrível pecado”, sua grande “vergonha”, seu
“espantoso segredo” fosse tão bem recebido.
- Não é só isso, Vinka. Aliás, tens o privilégio de conhecer ao primeiro caso de
transformação dos tempos atuais, o primeiro dos que estão vivinhos e abanando o
rabo, o inaugurador desses processos nos tempos modernos: Krato.
- Que maravilha, não posso acreditar! – disse Vinka, enquanto tocava e acariciava
ao montanhês de Kia.
- Houve outros casos antes Ami? – perguntei, mas Vinka adiantou-se a responder.
- Oh, sim, uns três ou quatro na história, mas eu acreditava ser fantasia,
superstição ou algo assim. Agora todo o mundo sabe que isso era uma realidade.
- Como tantas “fantasias” que não se atrevem a aceitar... Porém, não são três ou
quatro, Vinka, senão três ou quatro MIL, só que a maioria deles teve que fazer o
mesmo que este ermitão a força, tiveram que se esconderem e logo adotar uma
identidade nova para que os terris não os aborrecessem a pauladas como “traidores da
espécie”, “endemoniados” ou alguma lindeza do estilo. E assim, esta humanidade
nunca soube, até agora, que o assunto é algo perfeitamente natural.
A tudo isto, Krato escutava fascinado, com o olhar perdido no horizonte, sem
poder falar. Necessitava de algum tempo para assimilar sua nova realidade, já não era
o bicho mais raro de seu mundo, senão um caso especial, mas dentro da normalidade.
Havia renascido, já não tinha porque esconder-se. Era muita surpresa em tão pouco
tempo.
Ami e eu nos unimos a Vinka e abraçamos ao bom Krato, reconfortando-lhe com
palavras de encorajamento e afeto até que começou a rir e choramingar como um
bebê, contagiando a todos, inclusive Ami, a quem duas lagrima lhe caíram
rapidamente por suas agora rosadíssimas bochechas, enquanto que ele mesmo, em
pouco surpreendido talvez por seu próprio descontrole emocional, não fez mais que
rir, igual a todos nós.
- Parecemos velhas choronas! – exclamou Ami, rindo entre alegres lágrimas.
- Como já não sou mais um espécime digno do museu de erros da natureza, como
eu acreditava, e como agora posso voltar à civilização com a testa erguida sem que
me fuzilem, isto merece um bom brinde. Vamos tomar um copo, amigos. Quero que
saboreiem a jóia de minha adega: um Quarenta e Duas Medalhas (eu mesmo
classifiquei), Exposição, Gran Reseva, Reservado, LTD (este quer dizer
limitado,crianças), ano 39.880, muito bom ano para as cepas de muflos de Adegas
San Krato. Ho, ho, ho! Mmm, uma delícia. Vamos, e qualquer negativa será
considerada como ofensa e depreciação – disse, perfeitamente recomposto já, tirando
um tampão de papelão ou couro de uma garrafa que continha um líquido rosado.
- Chantagem de bêbado... Não lhe parece que os meninos merecem algo mais
suave? Aliás, não crê que agora que se acabaram tuas penas já não lhe faz falta o suco
de muflos?
O velho se deteve, nos observou a todos, olhou a garrafa em suas mãos e de
repente estalou em risadas.
- Ho, ho, ho! Tens razão. Brindaremos com suco não fermentado, doce e sano
como esta bela pequena.
Foi para a cozinha e regressou com uma bandeja contendo quatro vasos com suco
de fruta.
- Muito bem, Krato! Alegro-me de que já não bebas mais – disse Ami
entusiasmado.
- Não sei de que falas, menino espacial... Deixar de saborear ao primoroso
néctar?... Não voltar a alegrar meu coração? Paralisar a produção da Adega San
Krato?... Nem em sonhos. Brindaremos com suco não fermentado porque aqui há
crianças, só por isso. Saúde! Ho, ho, ho!
- Bom, disse Ami resignado – brindaremos e logo nos vamos. Não quero que
vocês peguem os maus costumes desse velho, erro da natureza. Por algo lhes disse
que este é o swama menos espiritual que conheço, todavia é mais terri que swama em
muitos aspectos...
Vinka quis defende-lo:
- Porem se supera pouco a pouco, já deixou o tabaco...
- Aliás, sou o primeiro caso de transformação de terri em swama dos tempos
atuais, com muita honra... para vocês, afortunados. Ho, ho, ho!
E assim, entre alegres brincadeiras, fizemos um saudável brinde pela nova vida de
Krato.

CONTINUA ....... "ESSENCIAIS"

OBS:AMELIUS. ATENÇÃO IRAMOS HUMANIDADE DA TERRA MEUS IRMAOS E IRMAS ESTELARES QUE CHEGARAM A LER O LIVRO DE AMI ATE O FIM. PERCEBAM AIMPORTANCIA DESTA HISTORIA REAL E DE SEU COMPROMISSO QUANDO A HUMANIDADE O NOSSO COMPROMISSO O MEU DE DIVULGAR . SE POSSUEM BLOG OU ALGUM SITE . COLEM COPIEM O LIVRO DE AMI. IMPRIMAM. LEIA PARA SEUS FILHOS E IRMAOS..ESTA E UMA SEMENTE MUITO IMPORTANTE A SER PLANTADA NA HUMANIDADE DA TERRA COM ESTE LINDO ATO NESTE LINDO LIVRO NESTA LINDA HISTORIA REAL.


http://minhamestria.blogspot.com.br
C.R.A - http://a-casa-real-de-avyon.blogspot.com/


 

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