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((((* "O QUE VEM SEMPRE ESTEVE AQUI, A PAZ ESTA DENTRO DE TI E SO VOCE PODE TOCALA, SER A PAZ SHANTINILAYA, NADA EXTERNO LHE MOSTRARA O QUE TU ES. NADA MORRE POR QUE NADA NASCEU, NADA SE DESLOCA PORQUE NADA PODE SE DESLOCAR VOCE SEMPRE ESTEVE NO CENTRO, NUNCA SE MOVEU , O SILÊNCIO DO MENTAL PERMITE QUE VOCÊ OUÇA TODAS AS RESPOSTAS" *)))): "ESSÊNCIAIS" "COLETÃNEAS " "HIERARQUIA" "PROTOCÓLOS" "VÍDEOS" "SUPER UNIVERSOS" "A ORIGEM" "SÉRIES" .

domingo, 24 de outubro de 2010

O CONFESSIONÁRIO - DANILO LINS

O confessionario - Danilo Lins

Caro Anthonio,


Há pouco tempo atrás conheci o Minha Mestria e a identificação foi imediata. Com os vários relatos que observei, minha trajetória é igualmente solitária e após acompanhar os podcast's já me sinto irmanado. Nuna me liguei a coisas esotéricas, sempre tive muita resistência à religiões (mas sempre me interessei por elas), não entendo nada sobre chacras, tenho dificuldade enorme para me concentrar ao tentar meditar, enfim, procurando enfrentar todas minhas dificuldades, passei a entoar as chaves metatrônicas. Após alguns dias, certa noite, me deitei e fiz aquele "ritual" de limpeza. Confesso também ter estranhado muito chamar por nomes como Cristo Miguel, Mâe Maria, Arcanjos e Anjos, Metraton, Uriel, Gaia, enfim, soava tudo muito estranho, mas decidi firmar o compromisso comigo mesmo de conseguir um "contato". Hoje te escrevo para agradecer a todos vcs. Nas últimas noites, do meu jeito, sem saber se falava as palavras certas ou se fazia o pedido correto, passei a sentir uma "energia" ´percorrendo todo meu corpo. É como se eu estivesse tomado um choque sem dor. Meu corpo fica todo retesado num vai e vem que dura algo em torno de 30 minutos. Mas ontem....ontem fui abençoado com o que senti ser a presença de Cristo Miguel, e eu que não sei do que se trata uma canalização me vi conversando sem ouvir palavras...me emociono só de lembrar....fiquei "amigo" de Uriel (sim, ele brinca comigo e rimos juntos) e meu jeito Anthonio de ser (não vai aqui nenhuma crítica, visto que sempre me orgulhei de ser o que sou) passou a ser melhor compreendido por mim. Meu eterno obrigado por me ajudar neste despertar e saiba que já estou na estrada. Abraço a todos,

Danilo.

PS.: Abaixo consta um conto que escrevi em 2002 que senti Uriel me sugerindo que lhe enviasse.
Minha cabeça agora está sob forte pressão e meu coração "quente". Mais uma vez obrigado.



06/04/02
O Confessionário

Parou em frente à pequena construção, bastante judiada pelo tempo e pela falta de cuidados. Ao tom verde claro apagado pelo tempo somavam-se tijolos à vista em várias partes, paredes sujas, degraus quebrados, mas nada que não combinasse com a decadência da cidade. A falta de calçamento fazia com que o vento levantasse uma poeira fina, reforçando a sensação de melancolia que sentia diante de triste cenário.
Quando entrou na pequena igreja, não sabia ao certo o que estava fazendo ali. Não via como poderia encontrar ali as respostas que procurava. Não se preocupou com a poeira do banco de madeira pois sua roupa não estava em melhores condições. Passou a observar o ambiente interno da igreja, que possuía poucos objetos sacros dignos de nota. Uma imagem em tamanho natural de um santo cercado de crianças; vários quadros em gesso representando a via sacra de Cristo; no altar uma cruz enorme com o Nazareno preso à ela com a fisionomia de sofrimento e dor característicos de semelhante peça. É claro que em todas as peças faltavam pequenos pedaços, e a formação de teias de aranha por todos os lados patenteava o abandono em que se encontrava a Casa do Senhor.

Sentindo como se estivesse sendo observado, chamou por alguém, mas nada, somente o retorno de sua voz ecoando por todo o ambiente.
Pensou que seria sensato fazer uma prece, mas sentiu-se ridículo. Também não iria se lembrar das palavras.

Levantou-se para sair quando percebeu ao fundo a estrutura de madeira escura. Era o confessionário. Talvez fosse isto que deveria fazer, se confessar. Mas num confessionário vazio? Encaminhou-se até a pequena entrada e não resistindo, sentou-se fechando a portinhola. Por alguns minutos ficou pensativo até que do outro lado ouviu uma voz lhe perguntando em que poderia ajudá-lo. Depois de se refazer do susto, desculpou-se por ter entrado.

A pergunta foi feita novamente e não tendo como voltar atrás disse que há muito se afastara de qualquer tipo de fé, e que ao ver a igreja tão abandonada como ele resolvera entrar. Quanto ao confessionário, disse que pensou ser um bom começo. Começo ou recomeço? Penso que um começo. Um novo começo. Pena que num lugar tão abandonado e empoeirado. Todos os lugares estão abandonados e empoeirados, sendo assim, qualquer lugar serviria. Devo começar me confessando? Você está se julgando? Parece que já se condenou. Pensei que... . Você pensa demais. Procure sentir mais e pensar menos. Me sinto desanimado. Não consigo sentir nada. Você acabou de dizer que se sente desanimado. Então está sentido alguma coisa, ainda que seja desânimo. E isto não é necessariamente uma coisa ruim. Como assim? Você está percebendo algo novo e o novo angustia. Na verdade você não está desanimado e sim com medo. Medo? Você começou a subir a montanha. A grande maioria vive no sopé da montanha, assim como você sempre fez. De repente você percebeu que de vez em quando alguém se cansava da vida comum e resolvia subir a montanha, mas nunca mais voltavam.

As nuvens não permitem ver o cume da montanha e aí, novas dúvidas surgiram. Começada a subida, gostou de ver tudo sob uma nova perspectiva, como não tinha subido muito, desceu e procurou dividir esta nova impressão com outros, mas ninguém se interessou. Só que agora não conseguiu mais retornar à vida anterior. A perspectiva mudou. Impossível não voltar a subir. Retomada a subida, gostou desta nova situação em sua vida, mas é algo muito solitário, e a sensação é tão boa que de vez em quando volta para tentar trazer alguém consigo. Toda descida é dolorosa, por isso decidiu não descer mais. Eis aí o desânimo. A solidão deste momento, não podendo dividir as novas descobertas, discutir as novas dúvidas e saber que ao descer, apesar da multidão que encontra, a solidão se acentua. É exatamente isso o que sinto. Como soube? Eu te vi subindo. Porque não me alcançou? Me gritasse que eu esperaria. Eu te vi de cima. Já há algum tempo eu comecei minha escalada. Como não te vejo? Lembre-se da perspectiva.

É mais fácil a mim te perceber do que o contrário. Continue a subir que depois de certo tempo você passará a ter companhia. Porque não consigo trazer alguém comigo? Porque não depende de você. Não é uma questão de convencimento e sim de sentimento. É individual. Cada um tem seu próprio tempo e visão. A maioria nem percebe a montanha.

O silêncio é muito alto, ensurdecedor. O silêncio é uma prece. Logo você se acostumará com ele. Será seu alimento doravante. Me sinto outro. Na verdade precisava ter certeza que estava no caminho certo. Agora vá, tem mais gente precisando falar comigo. Mas a igreja está vazia. Nunca se esqueça da perspectiva. Nada é o que parece ser. Muito obrigado Padre. Jamais me esquecerei deste dia. Você não precisará mais voltar. Tenha fé e siga.

Saiu do confessionário com novo estado de espírito. Não havia ninguém para entrar. Encaminhou-se para a saída da igreja, mas resolveu retornar ao altar para agradecer de alguma forma a ajuda que obteve. Ficou um longo tempo em silêncio, virou-se e saiu. O sol estava forte. Antes de seguir seu caminho, olhou ternamente para a pequena igreja agradecido, mas podia jurar que naquela enorme cruz no altar tinha Cristo em sofrimento preso a ela.

Danilo

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